segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Brasil é referência em pagamento eletrônico no mundo


Apesar de ser classificado como uma economia emergente, o Brasil pode dizer que é desenvolvido em relação aos meios de pagamento eletrônicos. Pelo menos é isto que afirma pesquisa da Visa Perfomance Solutions. O estudo analisou a penetração e o uso dos cartões em todo o mundo e constatou que, nestes quesitos, o Brasil apresenta resultados superiores aos dos colegas emergentes, com desempenho parecido ao de potências como Estados Unidos e Canadá.

“A forma como o Brasil trabalha com pagamentos eletrônicos é avançada. Países emergentes como Peru, Colômbia e México trabalham para emitir mais cartões e afiliar mais estabelecimentos, mas o Brasil já saiu desse ciclo. Fazíamos isso dez anos atrás. Mas, hoje, a penetração do cartão atinge nível de mercados internacionais por aqui. Por isso, nossa preocupação é outra. O foco é aumentar a eficiência”, argumenta o diretor executivo do Visa Perfomance Solutions para a América Latina, Alexandre Peyser. 

Ele explica que é possível dizer isto porque o meio eletrônico de pagamento já apresenta altos níveis de uso e aceitação no Brasil. Hoje, R$ 34 de cada R$ 100 em compras são pagos em cartões. Afinal, a tecnologia é aceita em mais de 20 estabelecimentos comerciais para cada mil habitantes. Enquanto isso, o México registra R$ 15 gastos em cartão e apenas quatro estabelecimentos comerciais para cada mil pessoas.

“Temos o dobro, até o triplo do que os outros emergentes têm”, garante Peyser, dizendo que os números colocam o Brasil próximo de potências como os Estados Unidos, onde o valor de compra com cartões é de R$ 44 a cada R$ 100 e 25 lojas para cada mil habitantes que aceitam o plástico. 

Números da Associação Brasileira das Empresas de Cartões (Abecs) também deixam claro o sucesso do cartão no Brasil. De acordo com a associação, os meios eletrônicos de pagamento transacionaram mais de R$ 1 trilhão em 2015 por meio de 11,5 transações. E a expectativa é aumentar este volume em 6,5% neste ano, afinal só no primeiro semestre foram mais R$ 546 bilhões em seis bilhões de transações. Isto significa que as compras em cartão já representam 28,5% do consumo das famílias brasileiras, consolidando-se como a terceira maior modalidade da carteira de crédito nacional.

“Nos últimos anos, o País foi o que mais migrou os meios de pagamento para os eletrônicos. Por isso, podemos dizer que o Brasil é de primeiro mundo quando se trata de meios eletrônicos de pagamento”, confirma o presidente da Abecs, Marcelo Noronha. E isto só é possível, porque além de emitir muitos cartões, o País construiu uma ampla rede de maquinetas. São mais de 4,4 milhões de terminais, o que deixa 24,3 máquinas disponíveis para cada mil habitantes. Segundo a Abecs, este número só é menor que os da Austrália (35,3), Itália (30,4) e Reino Unido (26,3). 

Setor adota novas tecnologias

Não é só em termos de quantidade que o Brasil larga na frente. O País também se destaca em termos de tecnologia. Basta perceber que, nos Estados Unidos, os consumidores ainda usam cartões de tarjeta e precisam assinar as faturas para garantir a autenticidade na compra. Já no Brasil, isso é feito de forma totalmente digital através do chip embutido no plástico. 

“A ideia de cartão múltiplo, com as opções de crédito e débito em um único plástico, também é uma inovação que vários países querem copiar”, contou Peyser, lembrando que o País ainda se destaca na presença das maquinetas habilitadas com a tecnologia Near Field Communication (NFC), que lê o cartão por aproximação. Com mais de um milhão de terminais NFC, o País é um dos que vêm experimentando novas tecnologias de pagamento. Uma delas é a Pulseira Visa, que conta com um chip embutido recarregável para ser usado como cartão pré-pago quando é aproximado da máquina de cartão. 

Outra tecnologia que vem ganhando espaço no País é o pagamento através do celular. “Por termos grande disponibilidade de smart­phones e aplicativos sofisticados que permitem o pagamento, temos um número alto de pagamentos móveis. E isso segue em ritmo de crescimento”, contou o diretor de vendas da Companhia de Tecnologia da Informação especializada em Digital GFT, Leonardo Azevedo, dizendo que hoje este número só é menor que o da Ásia, por conta do alto uso do celular naquela região.

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