O
clima não ficou dos melhores depois que o secretário de Cultura, Marcelino
Granja, adotou, na leitura de palacianos, "tom partidário" durante a
cerimônia na qual foram anunciados os novos Patrimônios Vivos de Pernambuco, no
Palácio das Princesas. O governador Paulo Câmara não gostou e viu no gesto uma
forma de atingir o ministro da Cultura, Roberto Freire, que acabou vaiado na
cerimônia, programada, originalmente, para ser uma pauta positiva. O episódio
já vai completar um mês, mas ainda pode gerar desdobramentos. Se o espaço dos
comunistas na gestão socialista não deve ser eliminado, uma substituição passou
a ser estudada. E o cotado para assumir o posto, hoje, ocupado por Marcelino, é
o ex-prefeito de Olinda, Renildo Calheiros. Conhecido pela capacidade de
articulação política, Renildo é também um quadro muito ligado à presidente
nacional do PCdoB, Luciana Santos, cuja relação com Paulo Câmara não fora
abalada. Na sexta retrasada, inclusive, Luciana estava em Serrambi, ao lado do
governador, na casa do vice, Raul Henry. Dados os tradicionais laços entre PSB
e PCdoB, convocar Renildo, que tem o nome à disposição, seria uma forma de não
deixar o comunista ao relento e, ao mesmo tempo, de dar resposta ao que foi
considerado um atropelo da autoridade do governador, praticado por Marcelino
dentro do Palácio. Paulo, que mantém uma base ampla, a qual envolve de lulistas
a ministros de Michel Temer, não tinha interesse de trazer para dentro da
administração tais diferenças e reprovou críticas feitas a Freire por
militantes do PCdoB, como a coluna registrara. Apesar de haver solenidade de
posse de novos secretários amanhã, não está descartado que Renildo Calheiros
passe a integrar a administração em momento posterior.
Atrativo a mais
Caso seja convocado para integrar o governo, Renildo Calheiros passaria a ter foro privilegiado no TRF e no TJPE. Sairia da planície e, em caso de ser investigado, não responderia mais na primeira instância, o que também torna a proposta interessante.
Caso seja convocado para integrar o governo, Renildo Calheiros passaria a ter foro privilegiado no TRF e no TJPE. Sairia da planície e, em caso de ser investigado, não responderia mais na primeira instância, o que também torna a proposta interessante.
Um a menos > Há
algum tempo, Renildo Calheiros tivera o nome ventilado, nas coxias do governo,
para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social, para a qual, ontem, fora
anunciado o nome de Roberto Franca.
Sinais > Já
na entrevista de balanço de final de ano, o governador grifava estar
"muito satisfeito" com a atuação de Roberto Franca à frente da
Funase. O mesmo não foi dito em relação a Isaltino Nascimento, que assume,
agora, oficialmente, a liderança do governo na Alepe.
Ciúmes... > Como
o escolhido do PMDB para Suape foi Marcos Baptista, vagou a pasta de Habitação,
para a qual o PMDB já indicou Bruno Lisboa. Resultado: gerou ciumeira no PSB.
...de você > Entre
socialistas, lembrava-se dos nomes de Heraldo Selva, derrotado na corrida pela
Prefeitura de Jaboatão, e de Pedro Mendes, ex-vice-prefeito de Ipojuca, como
opções do PSB disponíveis para Habitação, que não teriam sido cotadas.
Ou gregos... > No
dia que Henry foi anunciado para Desenvolvimento Econômico, um membro de um
partido aliado do PSB sapecara o seguinte: "Tantos aliados à espera de um
espaço no governo e Paulo nomeia Raul como secretário. Realmente...".
...ou troianos > Já
um governista de uma outra legenda, observara: "Raul foi ótima solução.
Quem ia querer a pasta sem porteira fechada, uma vez que Compesa e AD Diper,
por exemplo, já estão preenchidos?"
A preencher > Como
a coluna antecipara, a posse dos novos secretários ficou para amanhã, às 16h. O
PMDB ainda deve indicar nome para espaços como a Copergás e a executiva de
Recursos Hídricos, conforme Raul Henry sinalizara à coluna.
Núcleo duro > Três
integrantes do 1º escalão do governo Paulo Câmara almoçavam juntos, ontem, no
Wiella Bistrô em Boa Viagem. À mesa, estavam a trocar ideias: Antônio Figueira
(Casa Civil), Milton Coelho (Administração) e Nilton Mota (Agricultura).
Por Renata Bezerra de Melo
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