quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Mudanças no 1º escalão podem se estender ao PCdoB


O clima não ficou dos melhores depois que o secretário de Cultura, Marcelino Granja, adotou, na leitura de palacianos, "tom partidário" durante a cerimônia na qual foram anunciados os novos Patrimônios Vivos de Pernambuco, no Palácio das Princesas. O governador Paulo Câmara não gostou e viu no gesto uma forma de atingir o ministro da Cultura, Roberto Freire, que acabou vaiado na cerimônia, programada, originalmente, para ser uma pauta positiva. O episódio já vai completar um mês, mas ainda pode gerar desdobramentos. Se o espaço dos comunistas na gestão socialista não deve ser eliminado, uma substituição passou a ser estudada. E o cotado para assumir o posto, hoje, ocupado por Marcelino, é o ex-prefeito de Olinda, Renildo Calheiros. Conhecido pela capacidade de articulação política, Renildo é também um quadro muito ligado à presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, cuja relação com Paulo Câmara não fora abalada. Na sexta retrasada, inclusive, Luciana estava em Serrambi, ao lado do governador, na casa do vice, Raul Henry. Dados os tradicionais laços entre PSB e PCdoB, convocar Renildo, que tem o nome à disposição, seria uma forma de não deixar o comunista ao relento e, ao mesmo tempo, de dar resposta ao que foi considerado um atropelo da autoridade do governador, praticado por Marcelino dentro do Palácio. Paulo, que mantém uma base ampla, a qual envolve de lulistas a ministros de Michel Temer, não tinha interesse de trazer para dentro da administração tais diferenças e reprovou críticas feitas a Freire por militantes do PCdoB, como a coluna registrara. Apesar de haver solenidade de posse de novos secretários amanhã, não está descartado que Renildo Calheiros passe a integrar a administração em momento posterior.
Atrativo a mais
Caso seja convocado para integrar o governo, Renildo Calheiros passaria a ter foro privilegiado no TRF e no TJPE. Sairia da planície e, em caso de ser investigado, não responderia mais na primeira instância, o que também torna a proposta interessante.
Um a menos > Há algum tempo, Renildo Calheiros tivera o nome ventilado, nas coxias do governo, para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social, para a qual, ontem, fora anunciado o nome de Roberto Franca.
Sinais > Já na entrevista de balanço de final de ano, o governador grifava estar "muito satisfeito" com a atuação de Roberto Franca à frente da Funase. O mesmo não foi dito em relação a Isaltino Nascimento, que assume, agora, oficialmente, a liderança do governo na Alepe.
Ciúmes... > Como o escolhido do PMDB para Suape foi Marcos Baptista, vagou a pasta de Habitação, para a qual o PMDB já indicou Bruno Lisboa. Resultado: gerou ciumeira no PSB.
...de você > Entre socialistas, lembrava-se dos nomes de Heraldo Selva, derrotado na corrida pela Prefeitura de Jaboatão, e de Pedro Mendes, ex-vice-prefeito de Ipojuca, como opções do PSB disponíveis para Habitação, que não teriam sido cotadas.
Ou gregos... > No dia que Henry foi anunciado para Desenvolvimento Econômico, um membro de um partido aliado do PSB sapecara o seguinte: "Tantos aliados à espera de um espaço no governo e Paulo nomeia Raul como secretário. Realmente...".
...ou troianos > Já um governista de uma outra legenda, observara: "Raul foi ótima solução. Quem ia querer a pasta sem porteira fechada, uma vez que Compesa e AD Diper, por exemplo, já estão preenchidos?"
A preencher > Como a coluna antecipara, a posse dos novos secretários ficou para amanhã, às 16h. O PMDB ainda deve indicar nome para espaços como a Copergás e a executiva de Recursos Hídricos, conforme Raul Henry sinalizara à coluna.

Núcleo duro > Três integrantes do 1º escalão do governo Paulo Câmara almoçavam juntos, ontem, no Wiella Bistrô em Boa Viagem. À mesa, estavam a trocar ideias: Antônio Figueira (Casa Civil), Milton Coelho (Administração) e Nilton Mota (Agricultura).

Por Renata Bezerra de Melo

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