Por André Beltrão — Quinto colocado na disputa do governo de Pernambuco, Miguel Coelho (União Brasil) dá sinais de que perdeu todo o rumo. O ex-prefeito de Petrolina divulgou nota passando o recibo mais infantil que já se viu na história da política. Declarou textualmente que “mesmo não sendo convidado” para o secretariado da governadora eleita Raquel Lyra (PSDB), estava à disposição para colaborar. Nada pode ser tão pequeno quanto algo assim.
Na prática, Miguel repete o pai, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que em 2014 não indicou ninguém para o Governo Paulo Câmara, então recém eleito. FBC sonhava em pegar novamente a Secretária de Desenvolvimento Econômico ou o Porto de Suape, as quais comandou no governo de Eduardo Campos, mas Câmara negou. Os Coelhos só romperiam com o PSB em 2018.
Miguel queria a mesma pasta desejada pelo pai, ou mesmo a de Agricultura. Nenhuma delas foi preenchida, mas ele próprio já descartou, e admitiu que sequer foi convidado. O próprio Miguel teria vazado os três encontros que teve com Raquel Lyra depois das eleições, o que já denota imaturidade. Não se vaza antecipadamente reuniões com quem está montando o staff.
O pior é que Miguel volta suas atenções para tentar ocupar postos no governo Lula, contando com a divulgação do blogueiro Magno Martins e outros, que sequer lembram aos leitores que ele apoiou Bolsonaro no segundo turno. Como pode ele querer entrar num governo no qual sequer votou?
Os Coelhos cairão em desgraça já a partir do próximo ano, quando se encerra o mandato do patriarca FBC. Raquel pode até nomear Guilherme Coelho (PSDB), que foi seu candidato ao Senado, como secretário, mas este é apenas primo de Miguel e de outra ala da família. O grupo perde cerca de 40 cargos do Senado, mas ainda mantém relações como prefeito Simão Durando, que deve disputar a reeleição, mas tende a perder a relevância que já teve outrora, justamente porque seu novo líder não tem a destreza e a perspicácia do atual senador, que se despediu da vida pública e não deixa um sucessor à sua altura. Nem perto.
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