terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Na última sessão do ano, STF derruba o orçamento secreto

 

Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, votou, nesta segunda-feira, 19, contra o chamado orçamento secreto e formou maioria com 6 contra a 4 a favor para derrubar o dispositivo. Nessa última sessão do ano, o último voto é do ministro Gilmar Mendes.

Na última quinta-feira, 16, o placar estava em 5 a 4 a favor da derrubada do dispositivo, ou seja, faltando apenas um voto para a medida ser considerada inconstitucional. Foram quatro ações de inconstitucionalidade movida pelo Cidadania, PSB, PSOL e PV que alegaram a falta de transparência, publicidade e impessoalidade na distribuição das emendas.

Mai de R$ 50 bilhões desse orçamento foram usados pelo governo Bolsonaro para turbinar sua base eleitoral, o que teria ajudado na eleição dos seus aliados. Durante a campanha, O presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva classificou a medida como o maior escândalo de corrupção do país.

Votaram a favor das ações: Rosa Weber (relatora), Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. Contra: André Mendonça, Nunes Marques, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. No seu voto, Lewandowski afirmou que apesar do Congresso na última sexta-feira (16), ter aprovado proposta que trata da transparência nas emendas de relator geral, a medida não se adequa totalmente às exigências do STF em relação ao tema.

“As adequações não conseguiram solver uma importante questão, qual seja a plena e eficaz identificação do parlamentar solicitante da emenda de relator geral”, disse. Lembrou ainda que após liminar concedida pela ministra Weber e referendada pelo plenário no sentido de que fossem adotadas maior transparência na elaboração das emendas, o legislativo também não tomou medidas.

“Não foram adotadas todas as providências necessárias para uma adequada transparência do processo de repartição das verbas orçamentárias”, disse Lewandowski. O ministro concluiu dizendo que reconhece o avanço na resolução do Congresso, mas entendeu que os vícios iniciais continuam existindo, colidindo com os princípios republicanos, da isonomia, moralidade e impessoalidade.

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