Presidente da Casa registra já ter sido prefeito está do lado dos municípios
Por Betânia Santana
Presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB) -
Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco
Em reação à proposta apresentada pelo secretário da Casa Civil do Estado, Túlio Vilaça, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), foi enfático: "A Assembleia não vai sofrer pressão de ninguém", declarou durante encontro com prefeitos de várias regiões do Estado que buscam alternativas para a crise financeira enfrentada pelos executivos municipais.
Na reunião, o secretário da Casa Civil declarou que a ajuda emergencial só chegará às prefeituras se os deputados aprovarem o Projeto de Lei 1075/2023 do Executivo estadual sem a incorporação de emendas. Pediu um voto de confiança e garantiu a formação de um grupo de trabalho que discutirá, entre outras coisas, a partilha da arrecadação entre as prefeituras, privilegiando os que mais precisam. Informou que uma nova proposta será enviada à Casa em 30 dias.
"Como presidente da Casa não vou assumir o ônus disso aí (uma proposta sem data). Eu não sou Governo, não. Se já se chegou a um valor X, deve haver algum estudo para isso", enfatizou. Álvaro Porto também refutou a condição imposta pelo Governo. "A Assembleia não vai sofrer pressão de ninguém. Já fui prefeito de Canhotinho e estou do lado dos municípios." O presidente reafirmou que o projeto será votado em plenário na próxima terça-feira (25).
O deputado fez questão de informar que a reunião havia sido solicitada pela prefeita de Sirinhaém, Camila Machado (PP), representando um grupo de prefeitos. A ideia era reunir entre 70 e 80 gestores, mas apenas 42 apareceram. "A gente sempre pode fazer esse trabalho (mediar pedidos de prefeitos ao Estado). Agora tem que chegar uma proposta concreta", pontuou, alegando que o Estado pode apresentar os pontos da pauta entre dez e 15 dias, em vez de um mês, como previu o secretário. O PL 1075/2023 do Executivo estabelece, entre outros pontos, a linearidade do IPVA, em 2,4%. e o aumento da alíquoto do ICMS de 18% para 20,05%.
"Eu, junto aos deputados, cumpriremos o compromisso que firmarmos aqui (com prefeitos e com o Governo), e o compromisso firmado com esta Casa também deve ser cumprido", resslatou, acrescentando que o Governo deve lembrar que "precisa todo dia da Assembleia". A observação foi feita depois de o deputado France Hacker (PSB), que integra a base da administração Raquel Lyra pontuar que até ele votará contra se o Executivo não assegurar o que prometeu. E saientou que a administração estadual "precisa da Casa todo mês".
O deputado Sileno Guedes (PSB) disse ter estranhado o posicionamento do Governo do Estado que condicionou a liberação de ajuda emergencial à aprovação do projeto do Executivo sem emendas. "O voto de cada deputado dessa Casa é soberano. A gente não pode assumir compromisso com o Governo para atender os municípios, dizendo que o projeto não poderá ter nenhuma emenda", pontuou. Também acedita que o Executivo tenha condições de apresentar o estudo em menos de 30 dias. "Eu não acredito que com a estrutura que as Secretarias de Fazenda e Planejamento têm não haja condição de definir o que efetivamente possa ser feito. Se quiser fazer, faz", acentuou.
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