Por Edmar Lyra
Após o diretório municipal do PT declarar apoio à reeleição do prefeito João Campos, o senador Humberto Costa deu declarações polêmicas ao afirmar que não há nada definido e que a Frente Popular acabou. As declarações evidentemente colocam na berlinda a efetivação da aliança por se tratar do maior expoente do PT em Pernambuco.
O senador é um político experiente e sabe que o apoio do PT à reeleição de Campos precisa passar por dois fatores: a indicação do vice em 2024 e a amarração para um entendimento em 2026, onde se João Campos disputar o governo entrega a prefeitura ao PT e teria Humberto como candidato à reeleição em sua chapa.
Mas há um outro cenário vislumbrado por Humberto, que seria o de liderar a Frente Popular como candidato a governador. O senador tem dito a interlocutores que gostaria de um novo desafio de vida, uma vez que completará dezesseis anos no Senado Federal, e uma candidatura ao Palácio do Campo das Princesas seria talvez sua última tentativa de realizar o sonho de governar Pernambuco acalentado por anos de militância política.
O outro cenário, ao declarar que a Frente Popular acabou, é o de que poderá tentar a reeleição na chapa da governadora Raquel Lyra. Este seria um movimento parecido com o que foi feito pelo próprio Humberto Costa em 2018, ao reaproximar-se do PSB e ser candidato à reeleição na chapa de Paulo Câmara, onde todos os majoritários da Frente Popular acabaram eleitos. Este cenário não seria descartado, uma vez que a governadora vem recebendo afagos do presidente Lula, de ministros e de lideranças do PT. Como bom estrategista, Humberto joga com o tempo ao seu favor e será um ator imprescindível tanto em 2024 quanto em 2026, qualquer que seja o cargo que venha a disputar.
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