Ministro da Fazenda pediu calma para analisar os números da economia e disse que há boas notícias nos dados do IBGE
Por: Estado de Minas
Haddad comentou ata do Copom e os dados da inflação nesta sexta-feira (09/08) (foto: NELSON ALMEIDA/AFP)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse, nesta sexta-feira (09/08), que um aumento da inflação em 2024 já era esperado em função do cenário econômico internacional. O petista também observou que a cotação do dólar registrou queda nos últimos dias e pediu “calma” ao analisar os números.
Na terça-feira (06/08), o Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) chamando atenção para a alta no dólar e para relatórios que projetam o crescimento da inflação. Neste cenário, o grupo indicou que pode voltar a aumentar a taxa básica de juros (Selic), atualmente fixada em 10,5%.
“O BC tem falado a respeito: o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias. E a gente espera que esses números [da inflação] convirjam para patamares inferiores, mas nós esperávamos, em função do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação nesse ano", disse Haddad.
Também nesta sexta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comunicou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,38% no mês de julho. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu o limite do sistema de metas, com 4,5%.
Haddad fez uma análise dos números do IPCA e ressaltou o bom desempenho do preço dos alimentos, que no último mês teve uma queda de 1%. "Nós temos que acompanhar sem ansiedade e tomar as medidas necessárias para o Brasil continuar crescendo com a inflação baixa", afirmou.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cotado como próximo presidente do BC, disse que todos os diretores da instituição estão “dispostos a fazer o que for necessário para cumprir a meta” da inflação. Ele afirmou que o governo federal pode mudar a meta da inflação caso queira conviver com uma economia de “esforço monetário inferior (juros baixos) ao necessário para persecução da meta”.
"Se por acaso o poder democraticamente eleito conviver com uma economia onde seja necessário um esforço de política monetária inferior ao esforço necessário para persecução de uma meta de 3% há uma maneira institucional legal, objetiva e simples para que o poder democraticamente eleito transfira esse comando ou orientação para a autoridade monetária, que é o decreto da meta de inflação. Você altera a meta de inflação", disse Galípolo.
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