Por Edmar Lyra
A mais recente pesquisa da AtlasIntel mostra que, se a eleição presidencial de 2026 fosse hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria seus principais adversários em todos os cenários testados. No entanto, um olhar mais atento sobre os números revela que a competitividade de Jair Bolsonaro (PL) segue alta e pode representar um fator decisivo na disputa, caso o ex-presidente consiga reverter sua inelegibilidade.
No primeiro turno, Lula aparece com 44% das intenções de voto, contra 40,6% de Bolsonaro. A vantagem do petista, porém, está dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, configurando um empate técnico. O mesmo levantamento aponta Lula derrotando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (41,1% a 26,2%), e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (40% a 24,2%), cenários onde o petista tem mais folga.
Entretanto, se considerarmos o histórico das pesquisas em 2022, a situação pode ser ainda mais favorável a Bolsonaro do que os números atuais indicam. Nos levantamentos de intenção de voto do último pleito, Lula aparecia muito mais à frente do ex-presidente do que realmente esteve nas urnas, especialmente no segundo turno. O petista era projetado com até 53% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro ficava na casa dos 47%, mas o resultado final foi 50,9% a 49,1%, uma diferença de apenas 1,8 ponto percentual. Ou seja, as pesquisas podem estar novamente subestimando a real força de Bolsonaro junto ao eleitorado.
Nos cenários de segundo turno, Lula segue numericamente à frente de todos os adversários, mas com margens apertadas. Contra Bolsonaro, o placar seria de 47,6% a 43,4%, dentro do que se viu em 2022 antes da reta final da eleição, quando a diferença caiu abruptamente. Se o adversário for Tarcísio de Freitas, Lula venceria por 45,7% a 44,7%, outro empate técnico.
Diante disso, caso Bolsonaro consiga reverter sua inelegibilidade, sua candidatura poderia ter ainda mais força do que os números sugerem hoje. Se considerarmos a margem de erro oficial e o erro histórico das pesquisas em relação ao ex-presidente, é plausível até mesmo projetar uma eventual vantagem para Bolsonaro, algo que só poderá ser confirmado com o desenrolar do cenário eleitoral.
O que a pesquisa da AtlasIntel deixa claro é que Lula não tem uma reeleição garantida e que o bolsonarismo segue como uma força política extremamente relevante. Se Bolsonaro voltar ao jogo eleitoral, 2026 pode ser ainda mais disputado do que foi 2022. Além disso, a disputa será mais um teste de credibilidade para os institutos de pesquisa, que precisarão demonstrar se conseguirão captar a real intenção de voto do eleitorado ou se voltarão a errar na projeção de desempenho do ex-presidente e seus aliados.
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