Derrotado nas eleições de 2022 ao governo de Pernambuco, o ex-deputado Danilo Cabral (PSB) foi oficialmente exonerado do comando da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), após semanas de especulações nos bastidores de Brasília e do Recife. A decisão, confirmada nesta segunda-feira (5), representa um revés político para o grupo do senador Humberto Costa (PT-PE), responsável direto pela indicação de Danilo ao cargo no governo Lula.
Danilo ficou em quarto lugar na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas em 2022, com 885.994 votos (18,06% dos válidos), encerrando uma sequência de quatro vitórias consecutivas do PSB em Pernambuco. Apesar do histórico político e da aliança com o PT no estado, seu nome nunca foi unanimidade dentro do governo federal.
A nomeação de Danilo à Sudene foi um gesto de prestígio de Humberto Costa, que esperava, como contrapartida, a filiação dele ao PT para disputar uma cadeira na Câmara Federal em 2026. No entanto, a migração partidária nunca ocorreu. Três anos após a eleição, Danilo permaneceu no PSB, o que gerou incômodo entre setores do PT que defendem uma maior fidelidade de quadros no comando de cargos estratégicos.
A permanência no PSB foi o estopim para o desgaste interno. O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, passaram a fazer pressão nos bastidores pela substituição. Ambos defendem maior protagonismo de petistas em cargos de influência na região. A exoneração de Danilo é vista como um movimento de fortalecimento da ala cearense do partido, que busca ampliar seu espaço dentro do governo.
Com a saída de Danilo, o grupo político de Humberto Costa sofre um duro golpe na Esplanada dos Ministérios. Além de perder um posto estratégico — responsável por mais de R$ 2 bilhões em orçamento voltado ao desenvolvimento regional —, Humberto agora enfrenta questionamentos sobre sua capacidade de manter influência nas articulações federais.
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