Por Edmar Lyra
A consolidação de Eduardo da Fonte como presidente da federação União Progressista em Pernambuco marca um novo capítulo no xadrez político estadual. O movimento, que uniu Progressistas e União Brasil em uma federação de alcance nacional, deu ao deputado federal um protagonismo que ele vinha construindo de forma gradual, mas sólida, ao longo dos últimos anos. Agora, no comando da estrutura em Pernambuco, o parlamentar se projeta como peça central não apenas na disputa proporcional, mas, sobretudo, na corrida majoritária para 2026, com sua pré-candidatura ao Senado Federal.
Eduardo da Fonte é um político de resistência. Sobreviveu a mudanças de cenário, a crises políticas nacionais e às reacomodações do próprio Progressistas, seu partido de origem, que oscilou entre diferentes alianças em Brasília. Essa capacidade de adaptação, somada a uma base eleitoral fiel e espalhada em todas as regiões do estado, explica a sua longevidade na Câmara dos Deputados. Ao assumir a presidência da União Progressista, Da Fonte amplia sua influência ao integrar não apenas os quadros históricos do PP, mas também lideranças relevantes do União Brasil, legenda que detém prefeitos, deputados e uma capilaridade importante no interior.
O cálculo político é evidente. Pernambuco terá duas vagas em disputa para o Senado em 2026, e esse é o momento ideal para Eduardo da Fonte almejar um espaço na Casa Alta. Sua pré-candidatura nasce com musculatura, respaldada pela força da federação, pela estrutura que construiu em décadas de atuação e pela possibilidade de compor alianças com diferentes espectros do campo governista e da oposição. Da Fonte tem como trunfo a sua capacidade de diálogo: consegue circular em espaços do Palácio do Campo das Princesas, manter pontes em Brasília e, ao mesmo tempo, cultivar boas relações com lideranças de oposição no estado.
Há, entretanto, desafios consideráveis. A disputa pelo Senado em Pernambuco sempre atrai grandes nomes, e em 2026 não será diferente. Nomes de centro, bolsonaristas e figuras ligadas à esquerda já se movimentam para ocupar esse espaço. Nesse cenário, Eduardo da Fonte precisará se diferenciar não apenas pela força de sua federação, mas também pela narrativa que apresentará ao eleitorado. O discurso de defesa do estado em Brasília, da busca por mais recursos e da experiência parlamentar pode ser um caminho, mas será preciso construir uma identidade de candidatura majoritária que vá além do perfil de líder partidário e articulador de bastidores.
A presidência da União Progressista em Pernambuco oferece justamente essa oportunidade. Ao comandar uma federação, Da Fonte passa a ser não só o dirigente de uma legenda, mas a referência de um bloco político capaz de eleger uma expressiva bancada de prefeitos em 2024, fortalecer a presença na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal em 2026, e se colocar como interlocutor indispensável nas negociações nacionais. Essa dimensão estratégica é o que o credencia, de fato, à disputa pelo Senado.
Eduardo da Fonte sabe que 2026 pode ser o ponto de virada de sua carreira política. De deputado experiente e hábil articulador, ele pode se transformar em senador, ampliando seu raio de influência e garantindo um espaço de maior visibilidade e poder em Brasília. A consolidação de sua liderança na União Progressista é, portanto, não apenas uma vitória interna, mas o primeiro passo concreto de uma caminhada que, se bem conduzida, poderá culminar com seu nome entre os dois escolhidos pelos pernambucanos para representar o estado no Senado.
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