segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Que sorte a nossa!

 

Foto: Hesíodo Góes

Por Edmar Lyra

Pernambuco vive, desde 2023, um cenário político que há muito não se via: governo estadual e prefeitura do Recife sob comando de grupos políticos distintos. A última vez que isso ocorreu foi entre 2001 e 2006, quando João Paulo, do PT, administrava a capital pernambucana, enquanto Jarbas Vasconcelos, então no PMDB, governava o estado. Naquele período, a convivência entre os dois foi marcada por embates públicos e por uma clara disputa de protagonismo político.

Desde então, o alinhamento entre Palácio do Campo das Princesas e Palácio do Capibaribe foi quase constante. Entre 2007 e 2022, aliados do mesmo campo político – e, em alguns momentos, do mesmo partido – estiveram à frente das duas administrações. A sintonia institucional facilitava a execução de projetos conjuntos, mas também diminuía a competitividade saudável que a alternância de forças costuma proporcionar.

O quadro mudou em 2023, com a chegada de Raquel Lyra ao governo estadual, após vencer as eleições contra Marília Arraes no segundo turno. Já a prefeitura do Recife está sob comando de João Campos (PSB) desde 2021, reeleito em 2024 com a maior votação da história da capital, um feito que consolidou sua imagem como gestor eficiente e de forte apelo popular.

De lá para cá, Pernambuco assiste a uma espécie de “competição virtuosa”. João Campos segue imprimindo sua marca na gestão municipal, com foco em modernização de serviços, obras de infraestrutura, programas sociais e uma comunicação ágil com a população. Raquel Lyra, por sua vez, tem buscado transformar áreas estratégicas do estado, como segurança pública, saúde, infraestrutura e educação, promovendo entregas que reforçam sua imagem de gestora arrojada e voltada para resultados.

Esse cenário cria uma disputa que, ao contrário de paralisar ações, estimula cada lado a apresentar mais realizações. Cada obra inaugurada, cada programa lançado e cada índice positivo se transformam em argumento para reforçar a capacidade de governar. O eleitor, nesse jogo, acaba sendo o maior beneficiado.

O pano de fundo dessa rivalidade é a eleição de 2026 para o governo de Pernambuco. Tudo indica que Raquel Lyra e João Campos irão se enfrentar diretamente, repetindo um embate que, em termos de visibilidade e expectativa, não se via no estado há décadas. Não há como prever quem sairá vitorioso. João chega com a força de uma aprovação estrondosa no Recife e de um perfil jovem, associado a inovação e diálogo. Raquel, por sua vez, traz a legitimidade de quem venceu uma eleição estadual contra a máquina da Frente Popular e construiu, em pouco tempo, uma agenda própria para o desenvolvimento do estado.

Independentemente do resultado, Pernambuco tende a sair ganhando. Seja na reeleição de Raquel Lyra, seja numa eventual vitória de João Campos, o estado terá, a partir de 2027, um governante moderno, com visão estratégica e capacidade de execução. Em tempos de tantas crises e desafios, é um alento saber que a disputa política, quando pautada por resultados, pode ser não um obstáculo, mas um motor de progresso.

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