Encabeçado por veterano nesses tipos de caso, processo de fechamento da instituição financeira começou nesta terça
Por Agência O Globo
Banco Master - Foto: Divulgação
A liquidação do Banco Master e das demais instituições do grupo começou já nesta terça-feira, quando o encerramento das atividades foi decretado pelo Banco Central (BC).
Como liquidante, foi escolhido um veterano nessas operações, o ex-servidor do BC Eduardo Felix Bianchini, dono da EFB Regimes Especiais de Empresas. Ele foi responsável, por exemplo, pela liquidação do Banco Cruzeiro do Sul, decretada em 2012, assim como pelo processo do Banco BVA e da Gradual Corretora.
Dessa vez, se não bastasse a responsabilidade de comandar a dissolução bancária que deve resultar no maior ressarcimento a investidores da História do país, Bianchini terá o desafio de manter o Will Bank, braço digital do Master, funcionando. O Will desperta interesse de diversos investidores, inclusive do fundo árabe Mubadala.
O banco digital foi a única empresa do grupo que não foi afetada por nenhuma decisão restritiva do BC. Além do Banco Master, o banco de investimento, a corretora de câmbio, títulos e valores mobiliários e o Letsbank foram liquidados. Já o Banco Master Múltiplo, que controla o Will, agora está em Regime de Administração Especial Temporária (Raet), também comandado por Bianchini. Nesse caso, porém, as operações são mantidas.
Segundo o BC, a liquidação do Master foi motivada pela "grave crise de liquidez" do banco privado e pelas "graves violações" às normas que regem a atividade bancária. Para as demais instituições do grupo atingidas pela mesma decisão, a justificativa foi o vínculo com o Master.
O decreto de liquidação foi publicado em paralelo à deflagração de uma operação da Polícia Federal que apura a suspeita de "fabricação" de carteiras de crédito em transações entre o Master e o BRB, cujo impacto financeiro é calculado em R$ 12 bilhões. Daniel Vorcaro, dono do grupo, e outros dirigentes do Master foram presos na operação.
Primeiro a chegar
A ordem em operações de dissolução é o liquidante ser o primeiro a chegar na sede do banco, às 6h, ou até mesmo antes. A equipe de resolução do BC não participa diretamente do trabalho, mas fica em contato com o liquidante.
Logo quando entra na empresa, o liquidante bloqueia os acessos de todos os funcionários aos sistemas internos da instituição. Depois, avalia caso a caso quem vai retomar as credenciais.
Demissões também são comuns no primeiro dia. Para além dos diretores, que já estão presos, a área comercial das instituições liquidadas deve ser descontinuada, já que a atividade foi suspensa. Por outro lado, as equipes de contabilidade e de tecnologia da informação costumam ser mantidas.
Há a possibilidade também de o liquidante fazer contratações para ajudá-lo a organizar a casa, rever as contas, os documentos e os registros contábeis, avaliar os passivos e ativos, identificar os credores e fazer os pagamentos necessários com o dinheiro que houver em caixa, como repasse dos pagamentos de cartão de crédito.
Balanço auditado
Faz parte do processo a confecção de um balanço de abertura da liquidação, que vai descrever a situação financeira do Master no dia que o liquidante entrou. Depois, esses números serão auditados para verificar se são fidedignos. Nesse momento, deve ficar claro o tamanho do passivo a descoberto do Master, ou seja, o montante de compromissos financeiros que a instituição não tem recursos para pagar.
Além disso, uma das primeiras tarefas do liquidante é levantar todos os depositantes para informar ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que vai ressarcir os investidores e clientes do banco pelo prejuízo com o fechamento da instituição. O FGC disse que o processo para iniciar o pagamento demora, em média, 30 dias.
No caso do grupo Master, são cerca de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos elegíveis à garantia, em um valor total de cerca de R$ 41 bilhões. O FGC vai entrar no quadro geral de credores da liquidação, outro passo tradicional do processo de dissolução, mas dificilmente será ressarcido. A prioridade nessa

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