quinta-feira, 20 de novembro de 2025

LAUDO PRELIMINAR DA PRF APONTA EXCESSO DE VELOCIDADE E FALTA DE USO DE CINTO NO TOMBAMENTO DE ÔNIBUS EM SALOÁ

Do Portal Agreste Violento

Um laudo pericial preliminar da Polícia Rodoviária Federal (PRF) trouxe novos esclarecimentos sobre o acidente ocorrido em 17 de outubro, quando um ônibus tombou no km 127 da BR-423, em Saloá, no Agreste de Pernambuco. O documento, que ainda não representa a conclusão definitiva da investigação, reúne informações técnicas obtidas durante o atendimento à ocorrência.

Segundo a análise, o tombamento aconteceu por volta das 19h20, em um trecho de pista simples, sem acostamento e não urbanizado, localizado em área de declive. No momento do acidente, o céu estava claro e a pista seca, descartando influência das condições climáticas.

O relatório identifica como um dos principais fatores agravantes o não uso do cinto de segurança pela maior parte dos passageiros. O documento lista nominalmente cada ocupante e registra a utilização — ou não — do dispositivo. Entre as vítimas fatais, nenhuma estava com o cinto afivelado. O laudo também ressalta que muitos cintos não estavam visíveis ou facilmente acessíveis, o que pode ter contribuído para a baixa adesão. O uso do equipamento é obrigatório em ônibus rodoviários desde 2014.

A PRF também apontou que o ônibus trafegava a aproximadamente 90 km/h em um trecho com limite regulamentado de 50 km/h. Conforme o documento, o motorista perdeu o controle da direção, e o excesso de velocidade agravou a instabilidade em um segmento considerado crítico: pista simples, curva acentuada, declive prolongado e ausência de área de escape. Há indícios de que o condutor não reduziu a velocidade conforme exige a legislação em áreas de descidas íngremes e curvas perigosas.

Apesar disso, a perícia registrou que antes do ponto do acidente não havia placas verticais informando a velocidade máxima permitida, apenas sinalizações de alerta sobre o declive, o uso obrigatório do freio motor e a necessidade de verificação dos freios.

O laudo também concluiu que não foram identificadas falhas mecânicas, problemas no sistema de freios, falta de manutenção, irregularidades na pista ou fatores climáticos que pudessem ter provocado o sinistro.

O ônibus envolvido transportava moradores de diversas cidades da Bahia, entre elas Brumado, Guanambi, Barra da Estiva e Caetité, que retornavam de viagem a Pernambuco.

Em nota, a PRF informou que “o resultado do laudo da perícia administrativa referente ao sinistro ocorrido em Saloá ainda está em fase de conclusão e será divulgado em conjunto com os demais órgãos que participaram da perícia no local”

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