Estudo mostra que mais de 50% das brasileiras que pretendem ser mães estão evitando a gravidez por temor de infecção pelo vírus, que provoca a microcefalia em bebês
Mulheres levam recém-nascidos a hospital, no Recife, para realização de exames e em busca de explicações para as anomalias congênitas
Mais da metade das brasileiras que planejam ter um bebê tem evitado a gravidez por causa do vírus zika. É o que mostra um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), que entrevistou voluntárias em todas as regiões do país. O levantamento também mostra que o índice mais alto de mulheres que temem a gestação por causa da doença está concentrado no Nordeste, a região que mais sofreu com a enfermidade. Os autores do estudo, publicado na última edição do periódico internacional Journal of Family Planning and Reproductive Health Care, destacam que os dados reforçam a necessidade de se reconsiderar a criminalização do aborto nos casos de infecção pelo zika, além da relevância da melhoria nas políticas de saúde reprodutiva, que garantam o acesso das mulheres a métodos contraceptivos seguros e eficazes.
Os pesquisadores coletaram dados de 2.002 brasileiras, entre 18 e 39 anos, alfabetizadas e que vivem em centros urbanos, um perfil que corresponde ao de 83% da população feminina do país. Liderada pela professora Debora Diniz, a equipe utilizou uma metodologia dupla. A primeira etapa consistiu no uso de uma urna, na qual as participantes depositaram respostas anônimas, informando se já haviam realizado aborto. “Uma em cada cinco mulheres declarou ter feito alguma prática para interromper a gravidez”, destacou Debora Diniz ao Correio.
Na segunda fase da pesquisa, as participantes responderam várias perguntas sobre reprodução e saúde feminina. Uma das questões era se a entrevistada tinha evitado engravidar nesse ano por causa do zika. Como resultado, 56% das mulheres disseram em suas avaliações que optaram por não ter uma gestação pelo medo da epidemia. Um dos pontos que mais chamou a atenção dos cientistas foi a quantidade de mulheres que relataram evitar a gravidez no Nordeste (66%), número mais expressivo do que as entrevistadas do sul (46%). “Esses dados fazem muito sentido, já que uma das regiões que mais sofreram com o surto da enfermidade foi justamente o Nordeste”, explicou Debora Diniz.
O estudo também mostrou que as mulheres negras e pardas eram mais propensas a evitar a gestação do que as brancas, o que também reflete o impacto da epidemia em grupos raciais considerados vulneráveis. Os cientistas não encontraram diferenças significativas entre os principais grupos religiosos: 58% das mulheres católicas e 55% das evangélicas relataram ter evitado a gravidez por causa da epidemia do zika.
Mais da metade das brasileiras que planejam ter um bebê tem evitado a gravidez por causa do vírus zika. É o que mostra um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), que entrevistou voluntárias em todas as regiões do país. O levantamento também mostra que o índice mais alto de mulheres que temem a gestação por causa da doença está concentrado no Nordeste, a região que mais sofreu com a enfermidade. Os autores do estudo, publicado na última edição do periódico internacional Journal of Family Planning and Reproductive Health Care, destacam que os dados reforçam a necessidade de se reconsiderar a criminalização do aborto nos casos de infecção pelo zika, além da relevância da melhoria nas políticas de saúde reprodutiva, que garantam o acesso das mulheres a métodos contraceptivos seguros e eficazes.
Os pesquisadores coletaram dados de 2.002 brasileiras, entre 18 e 39 anos, alfabetizadas e que vivem em centros urbanos, um perfil que corresponde ao de 83% da população feminina do país. Liderada pela professora Debora Diniz, a equipe utilizou uma metodologia dupla. A primeira etapa consistiu no uso de uma urna, na qual as participantes depositaram respostas anônimas, informando se já haviam realizado aborto. “Uma em cada cinco mulheres declarou ter feito alguma prática para interromper a gravidez”, destacou Debora Diniz ao Correio.
Na segunda fase da pesquisa, as participantes responderam várias perguntas sobre reprodução e saúde feminina. Uma das questões era se a entrevistada tinha evitado engravidar nesse ano por causa do zika. Como resultado, 56% das mulheres disseram em suas avaliações que optaram por não ter uma gestação pelo medo da epidemia. Um dos pontos que mais chamou a atenção dos cientistas foi a quantidade de mulheres que relataram evitar a gravidez no Nordeste (66%), número mais expressivo do que as entrevistadas do sul (46%). “Esses dados fazem muito sentido, já que uma das regiões que mais sofreram com o surto da enfermidade foi justamente o Nordeste”, explicou Debora Diniz.
O estudo também mostrou que as mulheres negras e pardas eram mais propensas a evitar a gestação do que as brancas, o que também reflete o impacto da epidemia em grupos raciais considerados vulneráveis. Os cientistas não encontraram diferenças significativas entre os principais grupos religiosos: 58% das mulheres católicas e 55% das evangélicas relataram ter evitado a gravidez por causa da epidemia do zika.
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