Postado por Magno Martins Com edição de Ítala Alves
Transcreve amostra-grátis do livro de sua autoria sobre o assunto.
“Gaiola de ouro” dos corruptos, reduto de bicheiros e traficantes apelidada de maravilhosa, o Rio de Janeiro era uma cidade pestilenta, assolada por epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica. O presidente da República, Rodrigues Alves, um cara politicamente rochedo, nomeou em 1904 o cientista e médico sanitarista Oswaldo Cruz como chefe da Diretoria de Saúde Pública, cargo equivalente hoje ao de ministro da Saúde.
“Oswaldão recebeu a missão heróica de erradicar as doenças, assassinar os ratos e exterminar os mosquitos Aedes aegypti, transmissores da febre amarela, ele mesmo o causador da dengue. Em janeiro 1904, foi editado decreto tornando obrigatória em todo o País a vacina contra a varíola. A mundiça protestava: “É golpe!” “Força, Aedes aegypti!”, “Força, Orthopoxvirus!”, a pretexto de defender direitos individuais, os direitos de contrair doenças”.
“O Brazil vinham de efervescências políticas entre remanescentes da Monarquia no século anterior e os novos republicanos. Os conflitos se acirraram. Ocorreram escaramuças, quebra-quebra, incêndios de bondes. O governo acionou as forças policiais para conter os revoltosos. Houve mortes, feridos, prisões. Mais de 900 pessoas foram presas. Em novembro 1904 foi decretado estado de sítio e revogada a obrigatoriedade da vacina”.
“Oswaldão atracou-se com os mosquitos e os ratos, de homem para homem, e as epidemias foram excomungadas. Nos tempos recentes as autoridades deram bobeira e os mosquitos ressuscitaram, na forma mutante. Salve, salve! Oswaldo Cruz, grande alma verde-amarela, diamante sem jaça!” A crônica sanitária do bicho-grilo Adalbertovsky está postada no Menu Opinião.
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