Por Edmar Lyra
A disputa presidencial trouxe um grande acirramento entre as duas principais lideranças políticas do país, Lula, que conquistou o terceiro mandato, e Jair Bolsonaro, que foi o primeiro presidente a tentar e não obter a reeleição. A eleição propriamente dita foi extremamente apertada, com uma diferença de apenas dois milhões de votos a favor de Lula, cuja vantagem se deu exclusivamente pela elasticidade de sua votação no Nordeste, nas outras quatro regiões, Bolsonaro foi vitorioso.
Talvez contaminados pelo clima de acirramento que ainda existe no país, alguns postulantes ao cargo de prefeito têm apostado na nacionalização da disputa, porém nem Lula nem Bolsonaro estarão diretamente na eleição, serão importantes ativos eleitorais mas não necessariamente isso irão garantir um bom desempenho aos postulantes que usem seus respectivos nomes e imagens. A própria eleição para governadora em Pernambuco provou isso, quando duas mulheres foram ao segundo turno sem qualquer vinculação com a disputa nacional.
Por isso, os pré-candidatos a prefeito que apostam na nacionalização pura e simples sem apresentar um projeto para a cidade terão dificuldade de conquistar votos e poderão perder espaço para postulantes mais ao centro. Se por um lado a nacionalização pode não ter a influência esperada na disputa majoritária, para vereador, as chances de o eleitor procurar um candidato bolsonarista ou lulista aumentam substancialmente, devido à fragilidade da discussão sobre o processo eleitoral proporcional.
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