Em novo livro publicado, pontífice diz que se sente saudável e que precisa apenas da cabeça para conduzir igreja
Vaticano | Reuters
O Papa Francisco, que completou 88 anos no mês passado e pediu a um assessor para ler um importante discurso na semana passada devido a um resfriado, diz, em um novo livro, que se sente saudável e não tem planos de renunciar à liderança da Igreja Católica.
"Estou bem", afirma o pontífice em uma autobiografia lançada em mais de 100 países. "A realidade é, muito simplesmente, que estou velho", adiciona.
O papa, que agora usa frequentemente uma cadeira de rodas devido a dores nos joelhos e nas costas, diz ainda: "A Igreja é governada usando a cabeça e o coração, não as pernas".
Papa Francisco relata dificuldades de saúde devido à idade avançada - BBC/Via Reuters
Argentino, Francisco é o primeiro papa da América Latina e lidera a igreja, que representa cerca de 1,4 bilhões de fiéis no mundo, desde 2013.
Ele sofreu de gripe e problemas relacionados várias vezes nos últimos dois anos. Também passou por uma cirurgia em 2021 para tratar uma diverticulite, e por outra em 2023 para reparar uma hérnia.
"Cada vez que um papa fica doente, os ventos de um conclave sempre parecem estar soprando", afirma Francisco no livro, referindo-se à reunião secreta de cardeais católicos que um dia elegerá o próximo pontífice. "A realidade é que, mesmo durante os dias da cirurgia, nunca pensei em pedir demissão", diz.
O novo volume, intitulado "Esperança", é o segundo de dois livros do papa lançados nos últimos dois anos,
A Mondadori, editora italiana responsável pela publicação, disse que o novo volume foi originalmente planejado por Francisco para ser lançado após sua morte, mas que o papa decidiu pela publicação durante o Ano Santo Católico em andamento, que também está se concentra no tema da esperança.
Ao longo do volume de 303 páginas, o papa analisa sua vida enquanto crescia em Buenos Aires, sua carreira como bispo na Argentina e algumas das decisões que tomou como líder da Igreja global.
Francisco defende fortemente uma decisão de 2024 para permitir que padres ofereçam bênçãos para casais do mesmo sexo caso a caso. Essa decisão desencadeou um amplo debate na Igreja, com bispos em alguns países, particularmente na África, se recusando a deixar seus padres implementá-la.
"São as pessoas que são abençoadas, não os relacionamentos", ele afirma. "Todos na Igreja são convidados (para uma bênção), incluindo pessoas divorciadas, incluindo pessoas homossexuais, incluindo pessoas transgênero. A homossexualidade não é um crime, é um fato humano", diz ele.
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