quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Vaticano Papa, em novo livro, volta a negar rumores de renúncia e diz que se sente saudável

Em novo livro publicado, pontífice diz que se sente saudável e que precisa apenas da cabeça para conduzir igreja

Vaticano | Reuters

O Papa Francisco, que completou 88 anos no mês passado e pediu a um assessor para ler um importante discurso na semana passada devido a um resfriado, diz, em um novo livro, que se sente saudável e não tem planos de renunciar à liderança da Igreja Católica.

"Estou bem", afirma o pontífice em uma autobiografia lançada em mais de 100 países. "A realidade é, muito simplesmente, que estou velho", adiciona.

O papa, que agora usa frequentemente uma cadeira de rodas devido a dores nos joelhos e nas costas, diz ainda: "A Igreja é governada usando a cabeça e o coração, não as pernas".

Papa Francisco relata dificuldades de saúde devido à idade avançada - BBC/Via Reuters

Argentino, Francisco é o primeiro papa da América Latina e lidera a igreja, que representa cerca de 1,4 bilhões de fiéis no mundo, desde 2013.

Ele sofreu de gripe e problemas relacionados várias vezes nos últimos dois anos. Também passou por uma cirurgia em 2021 para tratar uma diverticulite, e por outra em 2023 para reparar uma hérnia.

"Cada vez que um papa fica doente, os ventos de um conclave sempre parecem estar soprando", afirma Francisco no livro, referindo-se à reunião secreta de cardeais católicos que um dia elegerá o próximo pontífice. "A realidade é que, mesmo durante os dias da cirurgia, nunca pensei em pedir demissão", diz.

O novo volume, intitulado "Esperança", é o segundo de dois livros do papa lançados nos últimos dois anos,

A Mondadori, editora italiana responsável pela publicação, disse que o novo volume foi originalmente planejado por Francisco para ser lançado após sua morte, mas que o papa decidiu pela publicação durante o Ano Santo Católico em andamento, que também está se concentra no tema da esperança.

Papa Francisco celebra missa de Epifania no Vaticano, em janeiro de 2025


Ao longo do volume de 303 páginas, o papa analisa sua vida enquanto crescia em Buenos Aires, sua carreira como bispo na Argentina e algumas das decisões que tomou como líder da Igreja global.

Francisco defende fortemente uma decisão de 2024 para permitir que padres ofereçam bênçãos para casais do mesmo sexo caso a caso. Essa decisão desencadeou um amplo debate na Igreja, com bispos em alguns países, particularmente na África, se recusando a deixar seus padres implementá-la.

"São as pessoas que são abençoadas, não os relacionamentos", ele afirma. "Todos na Igreja são convidados (para uma bênção), incluindo pessoas divorciadas, incluindo pessoas homossexuais, incluindo pessoas transgênero. A homossexualidade não é um crime, é um fato humano", diz ele.

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