“O departamento Jurídico da concessionária está acompanhando a instauração do procedimento investigativo policial e demanda das autoridades públicas o pleno cumprimento da lei”, destacou a companhia, no comunicado sobre a morte de Reginaldo. O diretor financeiro do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb-PE), José Barbosa Filho, afirma que ameaças e agressões são frequentes no dia a dia de funcionários da Celpe. “Esses cortes não têm hora para acontecer. Pode ser às 22h, de madrugada, e em todo tipo de lugar. O eletricista não tem a opção de recuar quando está sendo ameaçado. Se ele sai com a obrigação de fazer dez cortes, precisa voltar com os dez cortes realizados. São muitos os relatos de trabalhadores ameaçados verbalmente e com armas”, diz. Entre oficiais de justiça, a rotina não é muito diferente. O oficial Roberto Machado, 54 anos, convive com ameaças e agressões enquanto tenta trabalhar a 16 anos. Há três anos, estava no bairro do Guadalupe, em Olinda, tentando cumprir um mandado de busca e apreensão de um veículo, quando o financiador do carro jogou gasolina sobre o oficial e ameaçou tocar fogo nele.
“O homem saiu de casa já jogando gasolina em mim e no meu carro. A sorte foi que, quando tentou acender o fósforo, o filho o segurou, evitando uma tragédia, pois a rua estava cheia de gente”, conta Roberto. Segundo ele, um Boletim de Ocorrência foi registrado, mas o caso não teve desfecho. “Não houve audiência ou qualquer resultado, após as perícias na minha roupa e no meu carro, que ficou com a pintura danificada por causa do combustível. Além dos riscos efetivos, tem a impunidade”, ressalta. O trabalho solitário do oficial de justiça coloca o profissional em risco, de acordo com o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça de Pernambuco (Sindojus-PE), Glaucio Angelim. “São muitas as situações, que vão de ameaça verbal a tentativas contra as vidas dos oficiais. Estamos investigando uma ocorrência de uma colega que estava em Boa Viagem quando um carro foi jogado contra ela”, afirma.
“Queremos criar um núcleo em parceria com a Polícia Militar para oferecer informações sobre as fichas criminais das pessoas que serão abordadas pelos profissionais e também para garantir a segurança deles”, completa Angelim. Recompensa por suspeito Nesta sexta-feira (02), a Celpe anunciou que, em parceria com o Disque Denúncia Agreste, está oferecendo uma recompensa de até R$ 20 mil para quem fornecer informações que levem à localização e prisão do acusado pelo assassinato de José Reginaldo. A quantia inédita é a maior já oferecida no Estado para auxiliar na captura de um suspeito de praticar crimes. Reginaldo foi executado após realizar a suspensão legal do fornecimento de energia por inadimplência de uma propriedade rural. Após cometer o homicídio, o proprietário do Haras Vovô Zito, Sebastião Ayres de Assis Neto, conhecido como Neto Santos, fugiu. Ele permanece foragido. A Justiça de Pernambuco decretou, na manhã desta sexta, um mandado de prisão preventiva para o suspeito. Na decisão, a juíza da comarca de Limoeiro, Fabíola Michele Muniz Mendes Freire de Moura, destaca que há “prova da materialidade do delito nos autos, bem como, indícios suficientes de autoria” do crime. A magistrada também ressaltou que o foragido é reincidente em práticas criminosas e responde por outros delitos. Sebastião já foi condenado com sentença transitada em julgado por receptação e posse ilegal de arma, crimes previstos no Código Penal Brasileiro. “Há cerca de um ano, foi preso novamente pela prática dos crimes de posse ilegal de arma e receptação, tendo sido posto em liberdade após deferimento de pedido de revogação de prisão; o que denota o receio de que, em liberdade, o representado volte a delinquir”, comenta a juíza. A Polícia Civil de Pernambuco informou que está empenhada no cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão.
Quem tiver informações sobre o paradeiro de Sebastião Ayres de Assis Neto pode entrar em contato pelo telefone (81) 3719-4545 ou por meio do WhatsApp: (81) 98256-4545 e 98170-2525. As denúncias são anônimas. As investigações do caso estão sendo conduzidas pela Delegacia de Limoeiro.
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