quinta-feira, 18 de abril de 2024

Polêmica e criticada, advogada de Carvalheira conseguiu uma soltura improvável



Da Redação do Blog – “Especialista em falsas acusações de violência sexual”: é assim que a advogada Graciele Queiroz, alagoana, formada numa faculdade pouco conhecida, a Unime (União Metropolitana de Educação e Cultura), em Lauro de Freitas, na grande Salvador, se apresenta nas redes sociais. Como fez em novembro do ano passado, em São Paulo, conseguiu o que parecia improvável: libertar Rodrigo Carvalheira em apenas sete dias, contra um grande clamor nas redes sociais favorável à prisão do empresário.

Polêmica, chegou ao Recife, desembarcando de São Paulo, onde mantém seu escritório, no dia da prisão do cliente, na quinta-feira passada, sob acusação de três estupros, incluindo o de uma garota menor de 14 anos. Em declarações à imprensa, que sempre procurou, acusou delegadas envolvidas no caso de prenderem o empresário injustamente. Chegou a dizer ter havido motivações políticas para a prisão, a propósito de comentários segundo os quais se candidataria a vereador em outubro.

Advogada Graciele Queiroz conseguiu soltar seu cliente com acusações graves.

Seus contatos frequentes com a imprensa, incluindo uma concorrida entrevista coletiva, lhe valeram nota de repúdio da Associação dos Delegados e Delegadas de Polícia de Pernambuco (Adeppe), que acusou Graciele de promover “show midiático” e anunciou que faria representação contra ela na Comissão de Ética da OAB Pernambuco.

Em novembro de 2023, Graciela Queiroz conseguiu libertar de uma penitenciária em Barueri, bairro de São Paulo onde mantém seu escritório, o influenciador evangélico Victor Bonato, depois de 56 dias de prisão por acusação de três estupros. Um dia antes de ser detido, em 20 de setembro, ele divulgou vídeo nas redes sociais pedindo perdão às jovens. À época, afirmou que havia falhado e que não teve “atitude de homem”. Foi solto, assim como Carvalheira, detestado nas redes sociais e abandonado pelos amigos influentes.

O empresário Rodrigo Carvalheira está preso no Cotel desde o dia 11  (Foto: Reprodução )
O empresário Rodrigo Carvalheira está preso no Cotel desde o dia 11 (Foto: Reprodução )
Menos de uma semana após ser preso por suspeita de cometer crimes sexuais contra mulheres, o empresário Rodrigo Carvalheira, de 34 anos, foi solto, nesta quarta-feira (17). O suspeito de estupro fará uso de tornozeleira eletrônica.

A afirmação foi repassada, incialmente, por pessoas ligadas à advogada Graciele Queiroz, que atua na defesa do empresário, e confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização.

Desde a última quinta-feira (11), o empresário estava preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Grande Recife.
 
"A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização informa que Rodrigo Dib Carvalheira, recolhido no Cotel, em Abreu e Lima, recebeu, nesta quarta-feira (17), alvará de soltura, condicionado a monitoramento eletrônico, e já deixou a unidade prisional", diz nota divulgada pela pasta.

A advogada Graciele Queiroz informou que o pedido de soltura foi acolhido pela Justiça e reformou que "o empresário sempre esteve à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários".
 
A defesa ainda destacou que recebeu "com naturalidade a decisão da Justiça Pernambucana, que acertadamente restabeleceu a liberdade de Rodrigo Carvalheira". 
 
Segundo Graciele Queiroz, o empresário foi preso por conta de uma conversa que teve com uma amiga chamada Natasha Dolci, que é delegada, e não por conta das denúncias das vítimas. O diálogo com a delegada, que não tem envolvimento com o caso, foi visto como uma forma de atrapalhar as investigações da polícia.

Rodrigo Carvalheira passou por um audiência de custódia na última sexta-feira (12), mas permaneceu preso preventivamente por mais alguns dias. No dia, a advogada do empresário disse que não faria o pedido de soltura. 
 
“A audiência de custódia não é audiência para esse quesito, é uma audiência para verificar se houve alguma ilegalidade, se o Rodrigo fez o corpo de delito, se o Rodrigo está bem, o que está acontecendo. Isso é um direito de todos os presos para que o juiz de fato entenda como foi feita essa prisão", afirmou.
 
Rodrigo Carvalheira foi indiciado em três inquéritos

Ainda nesta quarta, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou que  a Central de Inquéritos da Capital recebeu os documentos enviados pela Polícia Civil.
 
Na noite de terça (16), a polícia informou que indiciou o empresário por crimes contra mulheres. Os inquéritos foram encerrados na segunda (15), após denúncias de estupros.  

Na nota divulgada nesta quarta, o MPPE disse que foram recebidos três inquéritos referentes a Rodrigo Dib Carvalheira. 
 
Horas depois, foi informado que o Ministério Público ofereceu a denúncia ao Judiciário em um dos casos.
 
Esse documento ficou com a 18ª Vara Criminal do TJPE. Agora, cabe aos magistrados decidirem se ele vai virar réu. 
 
Ainda há outros dois inquéritos em fase de avaliação no MPPE.  
 
Entenda o caso 

Rodrigo Carvalheira é proprietário de um bar no Bairro do Recife e possui empreendimentos imobiliários. Ele também foi sócio de uma boate que fechou em 2015, na Zona Sul da cidade.

Três mulheres relataram terem sido estupradas por ele nos anos de 2009, 2011 e 2019. De acordo com a advogada, a primeira vítima relata que em 2004, 2006 e 2009 teve um relacionamento com Rodrigo Carvalheira e que teria sido estuprada em uma das festas promovidas pelo empresário. Na época, a vítima tinha 18 anos e teria sido dopada com algum tipo de droga entregue pelo empresário.

Além desta mulher, outras duas denunciaram o empresário pelo mesmo crime. Uma delas alegou que Rodrigo “enfiou um comprimido” na boca dela, comprimido este que seria um ecstasy. A vítima disse não se lembrar de nada e que acordou com o empresário em cima dela e que viu manchas de sangue pela casa.

O outro caso relatado teria acontecido em 2011, quando a vítima em questão tinha entre 16 e 17 anos e teria sido levada por Rodrigo para um motel contra a própria vontade após sair de uma festa.

A ação criminosa foi enquadrada no artigo 217-A do Código Penal, ou seja estupro de vúlnerável. 

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