quarta-feira, 19 de agosto de 2020

BONITINHA PORÉM ORDINÁRIA: YouTube encerra conta de Sara Giromini


O YouTube encerrou a conta da militante extremista Sara Giromini na plataforma. O encerramento se deu na madrugada de hoje, dois dias depois de ela ter feito uma postagem em redes sociais expondo o nome de uma menina de 10 anos de idade que foi estuprada pelo tio e que teve a gravidez interrompida por determinação da justiça. De acordo com a plataforma, a conta de Giromini foi encerrada por “violação dos termos de serviço do YouTube”. Procurado,o YouTube não citou o caso de Sara, mas disse, por meio de seu porta-voz, que a plataforma encerra "qualquer canal que viole repetidamente" as regras da plataforma.

Giromini, que já atuou no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), é uma conhecida militante bolsonarista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das Fake News e da organização de atos antidemocráticos. Ela já foi presa pela Polícia Federal no âmbito dessas investigações, mas foi libertada e hoje utiliza tornozeleira eletrônica. Ela é suspeita de integrar uma rede de divulgação de notícias falsas e de organizar atos contra instituições democráticas.
No domingo, ela fez uma postagem em uma rede social divulgando o nome da menina de 10 anos que, por determinação da Justiça, buscava atendimento para ter sua gravidez interrompida. O procedimento teve de ser feito no Recife porque o um hospital no Espírito Santo se recusou a atendê-la.
Em suas redes sociais, Sara revelou o primeiro nome da criança, a unidade de saúde onde ela faria o procedimento e usou o termo “aborteiro” para se referir ao médico que seria responsável pelo atendimento. Dezenas de militantes conservadores se dirigiram ao local e cercaram a unidade para tentar impedir o procedimento. Apesar disso, a menina foi atendida e a gravidez interrompida.
Diante da repercussão do caso, a Justiça do Espírito Santo determinou, na segunda-feira que o Facebook, Twitter e YouTube retirassem do ar quaisquer postagens com informações sobre a identidade da menina. A decisão foi resultado de uma ação movida pela Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo (DPE-ES) em resposta à postagem de Sara Giromini.
Na segunda-feira, o YouTube enviou uma nota dizendo que não comenta casos específicos e que todos os conteúdos na plataforma precisam seguir as “diretrizes de comunidade que incluem medidas de proteção ao bem-estar emocional ou físico de menores”.
Em comunicado divulgado nesta terça-feira, o YouTube não mencionou o caso específico de Sara Giromini, mas disse que aplica suas normas de conteúdo "de forma consistente e independente de ponto de vista". A empresa disse ainda que, no primeiro trimestre, removou 480 mil vídeos no Brasil que violaram suas políticas. Apesar da decisão, Sara abriu novas contas e continua ativa em redes sociais.

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