terça-feira, 25 de agosto de 2020

EXÉRCITO: Comemorado nesta terça-feira, Dia do Soldado relembra feitos de Duque de Caxias

Por: Diario de Pernambuco

Foto: Teresa Maia / DP
Nesta terça-feira (25) é comemorado o Dia do Soldado em todo o Brasil. A data foi escolhida por representar o dia do nascimento de Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Patrono do Exército Brasileiro, o fluminense é conhecido como "o pacificador" por ter evitado diversas rebeliões contra o Império. Com a pandemia, algumas das ações tradicionais que aconteceriam no estado no Dia do Soldado, como a Corrida Duque de Caxias, foram canceladas, mas a admiração pelo ídolo deve continuar nos quarteis. “De Caxias, não basta admirar os feitos, nem seus relevantes serviços prestados à Nação brasileira. A suprema homenagem à sua memória é renovar, nesta data, o firme propósito de tê-lo como exemplo de Cidadão e de Soldado, cultivando, em cada um de nós, as qualidades que em tão alto grau ele possuía”, diz um trecho do manifesto emitido pelo Exército. 
 
A Covid-19 também simplificou as solenidades que são realizadas todo dia 25 de agosto. Sem a permissão de aglomerações, menos militares participarão e convidados não estão permitidos. Para que estes dias de crise sanitária diminuam, o Comando Conjunto Nordeste, formado por integrantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, realizaram diversas ações de desinfecção de terminais metroviários de Pernambuco; capacitação dos militares das Forças Armadas em Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear, campanhas de profilaxia, doação de sangue e transporte de alimentos; apoio à vacinação de idosos, distribuição de cestas básicas e apoio ao desembarque de materiais de saúde, para a utilização em hospitais de diversas capitais do nordeste.  
 
“Soldado Brasileiro! Ao atender ao chamado da Pátria para cooperar com as agências governamentais em obras de infraestrutura, pavimentando, perfurando, transpondo ou construindo; no combate aos incêndios florestais e à pandemia da COVID-19, realizando ações de desinfecção, doações de sangue, produção de equipamentos de proteção individual e levando apoio médico e logístico nos centros urbanos e nas mais longínquas aldeias indígenas da Brasileira Amazônia, assim como Caxias, não espere louvores ou reconhecimento. O Velho Marechal dispensou qualquer espécie de ostentação em suas honras fúnebres, assim exprimindo seu último e humilde pedido: “só desejo que me mandem seis soldados, escolhidos dos mais antigos, e de melhor conduta, dos corpos da guarnição, pra pegar as argolas do meu caixão”, diz ainda o documento emitido pelo exército.  
 
Sobre o Duque de Caxias  
 
Luís Alves de Lima e Silva nasceu no dia 25 de agosto de 1803, no Rio de Janeiro, em uma cidade chamada Porto da Estrela, que hoje carrega o seu nome. Também conhecido como “Duque de Ferro", ele foi militar, político e monarquista brasileiro, tendo lutado em 1823 contra Portugal na Independência do Brasil e na Cisplatina. O Pacificador esteve ao lado de Pedro I durante protestos em 1831 e serviu como mestre de armas, professorando esgrima e hipismo, a Pedro II durante sua regência.  
 
O Duque comandou as forças lealistas de 1839 a 1845 sufocando revoltas como a Balaiada; as Revoltas Liberais e a Revolução Farroupilha. Estava à frente do exército também na vitória do Brasil contra a Confederação Argentina, em 1851, na Guerra do Prata. Dez anos depois, também alcançou sucesso na Guerra do Paraguai, recebendo título de nobre pelo feito. Luís Alves de Lima e Silva foi a única pessoa a receber um título de duque durante o reinado de Pedro II.

Manifesto na íntegra

Do mais graduado oficial ao recruta recém-incorporado, do vivo galope, coloque seu
cavalo ao passo. Faça um intervalo nas complexas tarefas da administração pública nos
quartéis-generais. Apenas por alguns momentos, silencie a fuzilaria dos estandes, o
ronco dos motores dos carros de combate, das motoniveladoras nas estradas, de norte
a sul do Brasil, e os tiros das armas pesadas nos campos de instrução. Alto! Cessar
fogo! É tempo de rememorar a personalidade e os feitos de Luiz Alves de Lima e Silva,
o Duque de Caxias.

Nascido em 1803, na Vila do Porto da Estrela, no município do Rio de Janeiro que
hoje leva seu nome, assentou praça no 1º Regimento de Infantaria de Linha da Corte,
aos cinco anos de idade. Naquela época, era comum, nas famílias com tradição militar,
que os jovens infantes, desde tenra idade, fossem iniciados nas lides castrenses.

De Alferes, em 1818, até Marechal, em 1863, galgou todos os postos da hierarquia
militar. Político, Presidente do Conselho de Ministros, Deputado e Senador do Império,
entre muitas outras funções que exerceu ao longo de sua brilhante carreira, nunca
deixou de ser, principalmente, Soldado. Suas atitudes, palavras e pensamentos, sempre
calcados na Hierarquia e na Disciplina, em qualquer situação, seja no meio civil, seja no
militar, patentearam o Duque como amálgama de virtudes do cidadão e do combatente
terrestre.

Mas, de Caxias, não basta admirar os feitos, nem seus relevantes serviços prestados
à Nação brasileira. A suprema homenagem à sua memória é renovar, nesta data, o
firme propósito de tê-lo como exemplo de Cidadão e de Soldado, cultivando, em cada
um de nós, as qualidades que em tão alto grau ele possuía.

Soldado Brasileiro! Em missões reais na faixa de fronteira ou nas operações de
garantia da lei e da ordem, em apoio a órgãos de segurança pública, nas ações de
socorro à população afetada por calamidades de toda a espécie, dos Pampas à
imensidão amazônica, nas patrulhas terrestres e fluviais ou empregando os meios
aéreos da nossa Aviação, guarnecendo instalações altamente sensíveis e combatendo
delitos transfronteiriços e ambientais, quando o sono, o frio e o cansaço lhe abaterem a
face, lembre-se de Caxias nas Campanhas do Prata, doente e assoberbado de trabalho,
mas sempre inflamado no mais saudável e cativante entusiasmo.

Soldado Brasileiro! Quando a verdade transfigurada, a notícia infundada ou a
narrativa manipulada lhe aviltar a honra, tentando desacreditar a grandeza da sua
missão, antes de voltar-se contra esse injusto menosprezo, lembre-se de que a calúnia
também tentou tisnar a glória de Caxias, mas isso não impediu que o Guerreiro fosse
também Pacificador, mostrando assim que, se era boa a têmpera da espada, melhor
era seu coração.

Soldado Brasileiro! Nas Operações Internacionais de Paz em curso no Sudão do Sul,
na Costa do Marfim, no Líbano e em muitas outras que contam com contingentes de
militares brasileiros, ou nas atividades de caráter humanitário, como a Operação Acolhida,
quando a distância e a saudade dos entes queridos dominarem seus pensamentos,
alente-se pelo exemplo legado por Caxias, ao demonstrar completo desprendimento
e espírito de sacrifício, deixando as comodidades e o conforto do lar para defender a
integridade territorial do País na Balaiada, durante as Revoltas Liberais em São Paulo e
Minas Gerais e na Revolução Farroupilha.

Soldado Brasileiro! Ao atender ao chamado da Pátria para cooperar com as agências
governamentais em obras de infraestrutura, pavimentando, perfurando, transpondo ou
construindo; no combate aos incêndios florestais e à pandemia da COVID-19, realizando
ações de desinfecção, doações de sangue, produção de equipamentos de proteção
individual e levando apoio médico e logístico nos centros urbanos e nas mais longínquas
aldeias indígenas da Brasileira Amazônia, assim como Caxias, não espere louvores ou
reconhecimento. O Velho Marechal dispensou qualquer espécie de ostentação em suas
honras fúnebres, assim exprimindo seu último e humilde pedido: “só desejo que me
mandem seis soldados, escolhidos dos mais antigos, e de melhor conduta, dos corpos
da guarnição, pra pegar as argolas do meu caixão”.

Soldado Brasileiro! Quando os arautos do pessimismo ou os analistas de plantão
tentarem fazer surgir na sua imaginação a falsa impressão de um futuro sombrio para
a nossa Nação, evoque a imagem de Caxias, sempre cheio de fé e amor pátrios, pois
ela despertará a mais viva esperança nos destinos de um Brasil mais justo e soberano.
Soldado Brasileiro! Se o destino o levar aos campos de batalha na defesa intransigente
da Pátria, missão precípua para a qual é preparado e equipado, e o fragor da peleja
entorpecer seu poder de combate, não olvide Itororó, quando Caxias, ereto no cavalo,
a espada curva desembainhada, arrojou-se impávido sobre o inimigo, acompanhado
pelos batalhões galvanizados pelo chamamento “Sigam-me os que forem brasileiros!”.
A carga foi irresistível e o oponente completamente derrotado.

Soldado Brasileiro! Para ser digno de todas essas qualidades, tome como exemplo
para a sua vida o legado do Marechal Luiz Alves de Lima e Silva, Patrono do Exército
Brasileiro.

Viva o Duque de Caxias! Parabéns, Soldado do Exército Brasileiro!

Brasil Acima de Tudo!

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