Nesta quinta-feira, moeda norte-americana subiu 0,43%, vendida a R$ 5,5522. Na máxima da sessão, chegou a R$ 5,6730.
Por: G1
Notas de dólar em casa de câmbio — Foto: Hafidz Mubarak/Reuters |
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (20), com as atenções dos investidores voltadas para as discussões em torno do orçamento do governo para 2021 e preocupações sobre a trajetória das contas públicas, após o Senado derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste salarial de servidores públicos.
A moeda norte-americana subiu 0,43%, vendida a R$ 5,5522. Na máxima da sessão, chegou a R$ 5,6730. É o maior patamar de fechamento desde 22 de maio (R$ 5,5842). Já o dólar turismo foi negociado ao redor de R$ 5,85. Veja mais cotações.
Na semana, o dólar passou a acumular alta de 2,26%. No mês, já subiu 6,43%, e no ano, de 38,47%.
Nesta quinta-feira, o Banco Central fez leilão de moeda à vista nesta sessão, colocando US$ 590 milhões para conter o avanço do dólar. A autoridade monetária também vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional disponibilizados em operação de rolagem.
Cena local e externa
Na noite desta quarta-feira, o ministro Paulo Guedes, da Economia, criticou a decisão do Senado de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste de salários de servidores durante a pandemia do coronavírus. Ele disse que o Senado deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime contra o país".
O tema ainda precisa ser analisado pela Câmara dos Deputados, em sessão prevista para esta quinta-feira.
O congelamento dos reajustes até o fim de 2021 foi uma contrapartida definida pelo governo, como resultado de um acordo, para o pacote de socorro de R$ 60 bilhões a estados e municípios, cujos cofres foram abalados pela pandemia.
No caso de a Câmara acompanhar a decisão dos senadores, "isso pode comprometer a economia de R$ 130 bilhões, que eram esperados pela equipe econômica", destacou a equipe da CM Capital Markets.
“A perspectiva para as medidas da PEC dos gatilhos, que tem como objetivo principal o enxugamento da folha de pagamentos com servidores, é muito ruim. Essa é a principal medida fiscal e se, prosperar, será desidratada. O efeito direto para o teto advém do impacto que a União terá, que é o menor, porém, o impacto direto, via Estados e municípios, é grande e pode totalizar cerca de R$ 45 bilhões”, notam os estrategistas da Tullett Prebon Brasil.
Na cena externa, o viés era de maior cautela com os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA voltando a superar 1 milhão, um dia após o Federal Reserve sinalizar que a maior economia do mundo terá um árdua recuperação, indicando a necessidade da manutenção das medidas de estímulo por um período mais longo do que o inicialmente projetado.
O fato de o Fed ter citado a desvalorização da moeda local na ata de sua reunião continuava reverberando nos mercados.
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