segunda-feira, 29 de agosto de 2022

A atípica eleição para o Senado Federal

 

Foto: Divulgação

Por Edmar Lyra

A história de Pernambuco desde a redemocratização quando voltamos a ter eleições diretas para governador e senador trouxe uma predominância de vinculação da disputa pelo Senado com aquele que se elege governador de Pernambuco. Tivemos apenas duas exceções em que o senador eleito não foi da mesma chapa do governador, que foram as disputas de 1994 e de 2006.

A disputa de 94 trouxe uma aliança entre Miguel Arraes, Roberto Freire e Armando Monteiro Filho pela Frente Popular, enquanto Carlos Wilson e Maurílio Ferreira Lima disputaram o Senado na chapa encabeçada por Gustavo Krause pela União por Pernambuco. Quatro anos antes, Carlos Wilson havia sido vice de Arraes e assumiu o governo, essa vinculação na mente do eleitor acabou ajudando Cali a ser o mais votado com 23,75% dos votos, mesmo Arraes tendo sido o vitorioso para governador, o segundo senador eleito acabou sendo Roberto Freire, da chapa de Arraes, e Armando Monteiro Filho acabou ficando na terceira colocação com 18,56% dos votos válidos.

A disputa de 2006 tinha um contexto ainda mais forte, pois Jarbas Vasconcelos havia deixado o governo com grande aprovação e tentou o Senado, a oposição se fragmentou em duas candidaturas, Luciano Siqueira e Jorge Gomes, e isso foi fundamental para consolidar a vitória de Jarbas. Apesar de ter confirmado o favoritismo, Jarbas acabou sendo puxado pra baixo pelo seu candidato a governador, Mendonça Filho, e teve uma votação menor do que o esperado.

Pois bem, 2022 segue com a mesma atipicidade dessas duas eleições. Com cinco candidatos competitivos a governador, pelo menos três candidatos a senador despontam com melhores chances, que são Teresa Leitão, Gilson Machado e André de Paula. De acordo com o Ipespe, todos três estão empatados tecnicamente com 16%, 13% e 11%, respectivamente. Um quadro completamente aberto, mas que aguarda a influência da disputa federal e sobretudo a estadual, pois Teresa e Gilson possuem vinculação direta com Lula e Bolsonaro, enquanto André é o candidato de Marília Arraes, líder absoluta nas pesquisas para o governo de Pernambuco.

Essa eleição de senador promete fortes emoções e deverá ser definida taco a taco entre os três principais nomes, que têm chances reais de vitória e argumentos sólidos para chegarem à Câmara Alta em outubro.

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