sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Bandas de Pífano de Pernambuco podem se tornar Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco


 Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC) realizará reunião ordinária em Caruaru, nesta sexta-feira (26), para deliberação sobre o Registro das Bandas de Pífano como Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco

 

Ainda em meio à programação da 15ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco (Secult-PE), o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco (CEPPC/PE) promove, nesta sexta-feira (26), às 13h30, a apresentação do parecer técnico conclusivo do processo de Registro das Bandas de Pífanos como Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco. A iniciativa será realizada no Armazém da Criativa em Caruaru, município onde se encontra grande parte das bandas de pífano no agreste pernambucano, e conta com o apoio do Instituto Histórico de Caruaru (IHC), da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

 

Estão responsáveis pela relatoria as conselheiras Mônica Siqueira, representante do segmento de Expressões Culturais de Pernambuco registradas como Patrimônio Cultural Imaterial; e Cláudia Pinto suplente do segmento de Arquitetura, Urbanismo, Geografia e Engenharia.

 

Após a deliberação, o Conselho de Preservação deverá publicizar a decisão em resolução a ser publicada no Diário Oficial do Estado. Em caso favorável, a resolução será remetida para a homologação do governador, seguida da inscrição das Bandas de Pífano no livro de Registro do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco.

 

HISTÓRICO - A análise técnica preliminar e elaboração do inventário que fundamentou a decisão foram realizadas e entregues ao CEPPC/PE pela Secult-PE/Fundarpe no ano passado.

 

“O reconhecimento das bandas de pífanos faz parte da política do Governo do Estado de Pernambuco, regulamentada pela Lei estadual nº 16.426/2018, que institui o Sistema Estadual de Registro e Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, no âmbito do Estado de Pernambuco, em 2018, tem o objetivo de proteger e preservar nossos bens culturais por meio do Sistema Estadual de Registro e Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial”, destaca Oscar Barreto, secretário Estadual de Cultura e presidente do CEPPC/PE.

 

O pedido de Registros das Bandas de Pífano de Pernambuco foi iniciado em 2019, por José Amaro Filho, Claudia Moraes Lisboa e Eduardo Monteiro, representantes de uma comissão formada por pesquisadores, produtores músicos e apoiadores das Bandas de Pífano. A instrução do processo contou com a colaboração do projeto "Pífanos de Pernambuco – Do Mapeamento à Salvaguarda" (www.tocandopifanos.com), produzido com recursos do Funcultura e premiado, em 2022, com o primeiro lugar na categoria Promoção e Difusão do Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural.

 

O registro das Bandas de Pífano resultou também no livro Pífanos do Sertão, produzido pela Página 21 com recursos do Funcultura. Em 144 páginas, Pífanos do Sertão revela aspectos sociais, econômicos e culturais que envolvem as bandas de pífanos sertanejas, detalhando a importância da religiosidade em suas funções e as peculiaridades sonoras de cada uma.

 

Amplamente ilustrada, a obra traz ainda um apêndice com partituras de benditos, marchas e baiões de grande difusão entre os grupos sertanejos. O livro teve organização de Rafael Coelho, textos de Eduardo Monteiro, artigos de Amaro Filho, Caca Malaquias e José Cláudio Lino, fotos de Claudia Moraes, transcrição de partituras por Caca Malaquias e diagramação de Vladimir Barros.

 

Uma vez iniciado o processo, o pedido aprovado retornou à Secult-PE/Fundarpe para estudos e pesquisas mais aprofundadas sobre o bem cultural, tendo como princípio a participação da comunidade de detentores e o delineamento de estratégias que visam a salvaguarda desse bem cultural.

 

Além da documentação, que mapeou 82 bandas de pífanos, especialmente no Agreste e Sertão de Pernambuco, a Secult-PE/Fundarpe e o CEPPC realizaram encontros virtuais com detentores para explicar sobre o processo e sistematizar informações de base para as diretrizes de salvaguarda das Bandas de Pífano no Estado.

 

"Embora esteja em andamento o processo de registro das Bandas de Pífano em âmbito nacional, partimos primeiro no reconhecimento da manifestação artística em âmbito estadual. Isso demonstra o compromisso do CEPPC/PE com a salvaguarda do Patrimônio Imaterial. Destaco que, neste ano, o Conselho de Preservação elegeu como Patrimônio Vivo a Banda de Pífano Folclore Verde de Castainho, de Garanhuns. Permanecemos com o compromisso junto ao governo e a sociedade civil em prol do patrimônio cultural pernambucano", ressalta Cássio Raniere, vice-presidente do CEPPC/PE.

 

REGISTRO ESTADUAL - Em setembro de 2018, o Governo de Pernambuco sancionou a Lei Nº 16.426/2018, que institui o Sistema Estadual de Registro e Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, no âmbito do Estado de Pernambuco, com o objetivo de proteger e preservar o seu patrimônio cultural de natureza imaterial. A legislação é bastante parecida com a estabelecida por meio do Iphan, a nível federal.

 

De acordo com a Lei, Patrimônio Cultural Imaterial são as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto aos instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural, transmitido de geração em geração.

 

A legislação estadual também incorporou aos seus Livros de Registro todos os bens culturais já registrados pela União e situados no seu território. Assim, Pernambuco conta com 11 bens registrados: Ofício das Baianas de Acarajé; Feira de Caruaru; Frevo; Roda de Capoeira; Ofício do Mestre de Capoeira; Maracatu de Baque Solto; Maracatu Nação; Cavalo Marinho; Teatro de Bonecos Popular do Nordeste (TBPN) – Mamulengos; Caboclinhos; Literatura de Cordel. Além disso, vale destacar que o Frevo e a Roda de Capoeira são considerados Patrimônios Culturais Imateriais da Humanidade, segundo a Unesco.

 

PROCESSO EM ÂMBITO FEDERAL - Corre em paralelo o processo de Registro das Bandas de Pífano em âmbito Federal, cuja instrução da pesquisa é feita pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), podendo ser consultado (www.portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1564) sob o código 01450.007197/2016-48. O processo encontra-se na fase de instrução técnica do processo de registro.

 

SEMANA DO PATRIMÔNIO - Com o tema “Patrimônio Cultural: Resistências e Perspectivas”, a 15ª edição da Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco acontece de 15 a 30 de agosto, com a participação de 31 municípios pernambucanos e mais de 209 atividades, tais como ações educativas, cursos, exposições, lançamento de livros, oficinas, palestras, rodas de diálogo, seminários e visitas guiadas. Clique aqui e confira a programação.

 

Serviço:

Apresentação do CEPPC/PE: Parecer técnico conclusivo do Registro das Bandas de Pífanos como Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco

Sexta-feira (26), às 13h30

Armazém da Criatividade (Polo Caruaru, BR 104- KM 62, S/N, Nova Caruaru)

Crédito das Fotos: Amaro Filho/Divulgação

Nenhum comentário:

Postar um comentário