Por Edmar Lyra
Cada vez mais alinhada com o governo federal, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, deu uma declaração na contramão da maioria do seu partido, o PSDB, e defendeu uma postura de independência em relação ao governo Lula. Oriunda do PSB, Raquel Lyra nunca foi uma política de centro-direita, apesar de ter sido eleita em 2022 com os votos da direita. E sempre nutriu boa relação com o campo progressista.
A sua ida para o PSDB em 2016 se deu de modo atípico, quando foi preterida pelo PSB para disputar a prefeitura de Caruaru, encontrou nas hostes tucanas a oportunidade de manter seu projeto político. Desde então tornou-se uma liderança estadual do PSDB e acabou elegendo-se governadora de Pernambuco, alçando o partido pela primeira vez ao comando do Palácio do Campo das Princesas.
Partido que antagonizou com o PT as eleições presidenciais de 1994 até 2014, o PSDB perdeu espaço para o bolsonarismo em 2018 e 2022, e tornou-se uma legenda nanica a nível nacional. Desde então não se encontrou politicamente, pois seus principais expoentes, a exemplo do ex-presidente FHC e do ex-governador José Serra, declararam voto em Lula em 2022, e o partido segue rachado, com várias alas pensando diferente, dificultando que a legenda volte a ser uma alternativa para o país nas próximas eleições.
É neste cenário que dificulta a permanência de Raquel Lyra no PSDB, pois administrativamente precisa do governo federal, e politicamente teria dificuldades de adotar uma postura hostil ao presidente Lula, que tem expressiva aprovação em Pernambuco. A decisão de saída da legenda não deve ocorrer imediatamente, mas dificilmente Raquel tentará a reeleição pelo PSDB em 2026.
Nenhum comentário:
Postar um comentário