sexta-feira, 29 de março de 2024

Bolsonarismo segue vivo

 

Foto: Reprodução

Por Edmar Lyra

Eleito em 2018 na condição de fenômeno eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro por muito pouco não foi reeleito em 2022, mesmo diante de um desgaste significativo pelas consequências da pandemia e de suas atitudes no cargo. Apesar de derrotado por Lula e ter se tornado inelegível pelo TSE, Bolsonaro segue numa condição de significativa força eleitoral.

Um levantamento da Paraná Pesquisas apontou Bolsonaro com 37,1% das intenções de voto contra 35,3% de Lula, numa condição de empate técnico tendo o ex-presidente numericamente à frente. Mas este não é o único cenário que aponta a força do bolsonarismo. Prováveis herdeiros do poderio eleitoral do ex-presidente, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro teria 43,4% contra 44,5% de Lula numa simulação de segundo turno, enquanto Tarcísio Gomes de Freitas teria 40,8% contra 43,5% de Lula. Nomes como Ratinho Júnior, Romeu Zema, Tereza Cristina e Ciro Nogueira foram sondados pelo levantamento contratado pelo PP, mas todos ficam bem atrás de Tarcísio e Michelle.

Há um risco de prisão de Bolsonaro, cujo acontecimento poderá acirrar ainda mais os ânimos políticos no país. Mas os números denotam a força do bolsonarismo, e apontam para o Palácio do Planalto uma necessidade de mudar a rota do governo, que diferentemente das duas ocasiões em que Lula foi presidente, enfrenta um ambiente mais adverso e dividido, com qualquer percalço sendo determinante para alavancar os adversários que representarem o bolsonarismo. Tarcísio e Michelle não só atraem parte significativa do eleitorado do ex-presidente como não possuem a rejeição que ele tinha junto ao eleitorado mais ao centro, que foi determinante para eleger Lula em 2022.

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