quinta-feira, 21 de março de 2024

Móveis do Alvorada: Michelle Bolsonaro promete "medidas judiciais" contra Lula

Ex-primeira-dama se pronunciou sobre o caso (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ex-primeira-dama se pronunciou sobre o caso (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou após a notícia de que os 261 móveis supostamente perdidos do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, foram encontrados. Em uma nota, Michelle disse que “durante muito tempo esse governo quis atribuir a nós o desaparecimento de móveis do Alvorada, inclusive insinuando que eles teriam sido furtados na nossa gestão. Na verdade, eles sempre souberam que isso era uma mentira, mas queriam uma cortina-de-fumaça para tirar o foco da notícia de que eles gastariam o dinheiro do povo para comprar móveis luxuosos por puro capricho e sem licitação”.

 

A ex-primeira-dama disse ainda que “agora que a verdade veio à tona, as medidas judiciais serão adotadas”.

 

A “perda” da mobília gerou uma troca de farpas entre a família do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o casal Bolsonaro. Nos primeiros dias de governo, o chefe do Executivo reclamou de ter que ficar hospedado em um hotel, sem poder mudar para o Alvorada porque, segundo ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Michelle “levaram tudo”.


O Planalto rebateu nesta quarta-feira (20) as críticas após divulgação de que todos os 261 móveis do Palácio da Alvorada dados como perdidos no início do terceiro mandato de Lula foram achados. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social (Secom), o relatório sobre o sumiço foi iniciado ainda durante o governo passado, que teria sido responsável por não catalogar as peças.

 

Segundo a nota, parte dos móveis estava abandonada em depósitos e sem nenhum tipo de controle. A Secom também indicou que nem todas as peças estão em condições de uso. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no início do ano passado, chegou a atribuir o sumiço dos móveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

"O relatório que diz que 261 móveis estavam perdidos foi emitido no dia 4 de janeiro (de 2023), concluindo um trabalho feito durante o governo Bolsonaro e finalizado pela equipe do governo anterior. Foi essa a informação recebida no início desta gestão. Ou seja, quem não sabia onde estavam os móveis era a gestão anterior, parte deles abandonados em depósitos e sem controle", argumentou a Secom.

 

De acordo com o órgão, a busca pelas peças só foi concluída no segundo semestre de 2023.

 

A informação de que a Presidência encontrou os móveis perdidos foi divulgada hoje pelo jornal Folha de S. Paulo. Com a repercussão, o governo foi alvo de críticas da oposição. O próprio Bolsonaro acusou Lula de fazer "falsa comunicação de furto" sobre o caso.

 

Em um café da manhã com jornalistas no início do governo, Lula chegou a falar que Bolsonaro e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, "levaram tudo". "Não sei se eram coisas particulares do casal, mas eles levaram tudo. Então a gente está fazendo a reparação, porque aquilo é patrimônio público", declarou.



Primeira-dama Janja da Silva disse ter encontrado o Palácio da Alvorada mal-cuidado, quebrado e com móveis faltando (foto: EVARISTO SA / AFP
)
Primeira-dama Janja da Silva disse ter encontrado o Palácio da Alvorada mal-cuidado, quebrado e com móveis faltando (foto: EVARISTO SA / AFP )

A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados reagiu à notícia de que todos os 261 móveis do Palácio da Alvorada, que supostamente estavam desaparecidos, foram encontrados nesta quarta-feira (20/3). O assunto virou polêmica porque Lula e a primeira-dama Janja haviam insinuado que os bens teriam sido levados pelo casal Bolsonaro.

 

Os deputados alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentaram uma denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo noticiou o portal “O Antagonista", alegando falsa comunicação de crime e ato de improbidade administrativa.

 

O caso havia sido comunicado por Janja e Lula ainda no início do mandato, quando o casal presidencial se hospedou em um hotel enquanto o Alvorada passava por reformas. Eles alegaram que a residência oficial da Presidência tinha sido deixada em “péssimas condições" por Bolsonaro e Michelle e posteriormente fizeram a compra de novos móveis para o palácio.

 

Nas redes sociais, os deputados comentaram o caso. O líder da oposição, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), disse que Lula e Janja haviam acusado Bolsonaro de furto. “A acusação levou o desgoverno a comprar móveis de luxo para repor os itens que haviam dito que teriam sido furtados. Agora a Secretaria de Comunicação afirma que houve um 'esforço' para localizar os objetos. Irresponsáveis!”, escreveu.

 

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Carol De Toni (PL-SC), ironizou o caso e disse que os móveis foram “milagrosamente” encontrados. “A falsa acusação veio à tona e ficou provado que tudo não passava de uma cortina de fumaça para torrar o dinheiro do pagador de impostos”, frisou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário