sábado, 23 de março de 2024

Filha de Figueiroa assinou propostas para a gestão João Campos no Carnaval de dentro da prisão

 


EXCLUSIVO, por André Beltrão – O esquema envolvendo o grupo empresarial liderado por Sebastião Figueiroa não se intimidou nem mesmo enquanto o empresário e seus familiares estavam na prisão. Documentos obtidos com exclusividade por este Blog registram pelo menos quatro orçamentos enviados pela Gráfica e Editora Quinta das Fontes à gestão do prefeito João Campos para cotação de preços de fornecimento de materiais gráficos a serem utilizados no Carnaval 2024. Mesmo da prisão, os documentos foram recebidos pela gestão do PSB.

Todos os documentos são assinados por Suellen Mendonça Figueiroa enquanto ela estava presa na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, no mês de janeiro de 2024. As cotações de preço foram solicitadas por empresas de publicidade contratadas pela Secretaria de Turismo e Lazer do Recife. Presos de 1º de novembro de 2023 até 17 de fevereiro de 2024, Figueiroa, seus dois filhos, sua ex-mulher e seu irmão foram alvos da Operação Brucia la Terra, sob o comando do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE).

Somando os quatro orçamentos apresentados à Prefeitura do Recife, a Quinta das Fontes – antiga Gráfica Canaã – propôs orçamentos que totalizam R$ 174,6 mil, todos envolvendo produtos que seriam utilizados na Central do Carnaval 2024, um dos principais equipamentos montados provisoriamente pela gestão municipal durante as festividades carnavalescas, no Marco Zero.

Operação Brucia La Terra prendeu toda a família Figueiroa

Entre os itens, leques, adesivos de vinil e lonas. As propostas compõem a pesquisa de preços realizada por empresas de publicidade, elemento obrigatório para a execução desse tipo de contratação, quando a empresa de publicidade subcontrata fornecedores para execução de serviços. Os dados não deixam claro que se a Quinta das Fontes chegou a ser a escolhida, mas registram que a proposta assinada da prisão embasou legalmente as contratações da Prefeitura – mesmo assinadas de dentro da prisão.

Os documentos da Gráfica têm o mesmo padrão e foram assinados por Suellen (que assina Suellen Melo, sobrenome do seu marido, Gustavo Sales Afonso de Mello, também investigado pela Polícia Civil e Polícia Federal) nas datas de 1º de janeiro, 22 de janeiro, 23 de janeiro e 25 de janeiro deste ano – datas em que a investigada, que já é réu, estava presa no Bom Pastor. No carimbo, Suellen se apresenta como “Suellen Mendonça F. de Mello – sócia-administradora”.

Desde a deflagração da Operação Brucia la Terra, a Quinta das Fontes estava proibida de negociar com o poder público no âmbito de todos os municípios do Estado de Pernambuco. Segundo fontes vinculadas às investigações, a colaboração entre as investigações da Polícia Civil e da Polícia Federal (há pelo menos cinco inquéritos em investigação no âmbito federal, a exemplo dos dados decorrentes da Operação Antídoto, que envolve diretamente o marido de Suellen) poderá trazer mais novidades sobre o esquema de corrupção do grupo, profundamente intrincado na gestão pública estadual, nas próximas semanas.

Veja os documentos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário