sábado, 11 de julho de 2020

Bolsonaro liga para empresária que chamou fechamento de loja de ato da 'ditadura'

Na quarta-feira (8), a empresária, proprietária de lojas de calçados, publicou nas redes sociais um vídeo em que reclamava de uma abordagem feita por fiscais da prefeitura de Curitiba no mesmo dia

Por Folhapress

Jair Bolsonaro - Foto: Carolina Antunes/PR
O presidente Jair Bolsonaro fez uma ligação de vídeo para se solidarizar com a empresária curitibana Elisa Ruppenthal, que chamou o fechamento da loja da qual é proprietária, na capital paranaense, de um ato da "ditadura".

A própria empresária publicou nas redes sociais na quinta-feira (9) um trecho da conversa com Bolsonaro.

"Espero que a gente resolva essa situação tua e de todo mundo no Brasil para que a gente volte à normalidade o mais rapidamente possível. Estou te ligando só para dizer que sou solidário e pedir desculpas pela impotência", disse o presidente.

Na quarta-feira (8), a empresária, proprietária de lojas de calçados, publicou nas redes sociais um vídeo em que reclamava de uma abordagem feita por fiscais da prefeitura de Curitiba no mesmo dia. A postagem teve milhares de visualizações e centenas de comentários e compartilhamentos.

Ela afirmou que estava trabalhando sozinha em uma das suas lojas, apenas para atender pedidos para entrega e fazer postagens nas redes sociais. Em frente ao estabelecimento, ela havia fixado cartazes com contatos para encomendas.

Segundo Elisa, os fiscais avisaram que ela teria que fechar a loja, que não poderia manter a vitrine aberta e que deveria cessar o atendimento, já que não possuía alvará para vendas on-line.

"Que tipo de democracia estamos vivendo ou será que estamos numa ditadura e esqueceram de me avisar? Porque o que aconteceu hoje de manhã na minha loja foi digno de uma ditadura. Não é esse Brasil que eu quero empreender, não é essa Curitiba que nós precisamos", desabafou no vídeo em que aparece visivelmente abalada.

A prefeitura de Curitiba aderiu no início do mês ao decreto estadual de lockdown em parte dos municípios do estado para controlar o avanço do novo coronavírus. Assim, apenas serviços essenciais podem funcionar na capital, que estava com mais de 90% de UTIs ocupadas.

O prefeito Rafael Greca (DEM) respondeu à postagem. Ele afirmou que questionou a fiscalização e foi informado que a loja estava aberta, a vitrine exposta e que a empresária estava atendendo. Ainda segundo o prefeito, Elisa não foi notificada e sim apenas orientada pelos fiscais a vender os produtos de forma on-line.

"Contrariar Decreto Sanitário do Governador do Estado chama fiscalização. Guarde sua revolta contra o vírus que mata. Está pesado, mas #VaiPassar. Mais rápido se mais gente cooperar", escreveu Greca.

Antes de divulgar o trecho da conversa com Bolsonaro, Elisa fez um novo desabafo. "Esse telefone pode não ter resultado em muitas decisões, porém ele acalenta muito", disse a empresária que voltou a reclamar das medidas adotadas pelo governador do Paraná Ratinho Jr. (PSD) e pelo prefeito da capital.

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