Paula Aryel, do IFPE, participou do primeiro dia de atividades remotas do instituto. (Foto: Arquivo Pessoal) |
O primeiro dia de aulas remotas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) e na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), nesta segunda-feira (17), foi de adaptação para professores e estudantes. Após cinco meses, as instituições retomaram as atividades pedagógicas virtualmente. Aulas inaugurais foram ministradas para tirar dúvidas de alunos sobre as novas formas de aprendizagem.
No IFPE, estão sendo utilizados ambientes virtuais de aprendizagem, como Moodle e Google Sala de Aula. Os materiais didáticos são disponibilizados nesses ambientes virtuais, e cada estudante assiste às aulas de acordo com seu tempo e conveniência. As videoaulas estarão disponibilizadas de duas maneiras: gravadas previamente, produzidas pelos professores e disponibilizadas nas plataformas e, em alguns casos, até por meio de pendrivers.
Também há aulas on-line, por meio de videoconferência, que permitem aos professores e estudantes interação em tempo real. "Estamos distribuindo tablets emprestados a estudantes que não têm acesso a esses aparelhos para que todos sejam incluídos no digital. Este primeiro dia ocorreu dentro do esperado e planejado", afirmou o pró-reitor de Ensino do IFPE, Assis Leão.
Os cursos livres - como escolas de idiomas, de condutores (autoescola), informática, desenvolvimento cognitivo e cursos profissionalizantes - também tiveram retomada nesta segunda-feira, só que no modelo presencial. Esta foi a primeira fase da reabertura dos cursos, que será gradual e vai obedecer a um escalonamento, com quatro diferentes datas.
Estudante do campus Cabo do IFPE, Paula Aryel, 22 anos, participou do primeiro dia de atividades e está animada para os próximos meses. "Hoje, não tivemos aula, mas uma live para tirar dúvidas e, após esse momento, minhas expectativas aumentaram", disse a aluna que cursa o terceiro perído do curso superior em adminstração. "Fiquei mais aliviado quando vi a live, pois percebi que não teremos todos os conteúdos de uma vez. Dividiram as aulas em três módulos, o que vai facilitar para os estudantes", completou o aluno de computação gráfica no IFPE Olinda Jailson Oliveira, 17.
Durante o período de suspensão das aulas, os professores do instituto participaram de capacitações para uso das ferramentas virtuais. "As aulas serão em tempo real e gravadas para incluir todos os estudantes. Não queremos deixar ninguém de fora. Os primeiros contatos serão para adaptação e revisão", explicou o professor de segurança do trabalho e diretor de ensino do campus Garanhuns do IFPE, Anderson Silva.
Na UFRPE, o primeiro dia também foi voltado para a adaptação dos estudantes. "Participei do edital de inclusão digital da universidade (que oferece bolsas de R$ 1.380 para que alunos possam adquirir equipamentos para acompanhar as aulas) e estou aguardando a chamada. Por enquanto, assisto pelo celular", contou o universitário Gleyko Madson, 27, do terceiro período em engenharia de pesca. Ele vai cursar três disciplinas, que totalizam cerca de 240 horas. "Estou aproveitanto para adiantar as cadeiras de matemática, física e extensão pesqueira", disse.
Outras instituições
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) também retomaria as aulas nesta segunda, mas alterou a data para o dia 24 deste mês. "O novo calendário acadêmico, aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe/UFPE), visa atender à grande demanda estudantil por matrículas no período, além de compensar eventuais dificuldades apresentadas pelos estudantes, sobretudo os novatos, para efetivar a matrícula", esclareceu a universidade, quando anunciou a prorrogação do cronograma. A Universidade de Pernambuco (UPE) volta no dia 8 de setembro. Já a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) retoma as aulas no dia 14 de setembro.
Cursos livres têm retomada presencial
A primeira etapa foi nesta segunda-feira, quando foram autorizadas as aulas de cursos livres, mas limitando a 25% da capacidade física da instituição. Neste primeiro momento, só está permitido o acesso de estudantes com 18 anos ou mais. A segunda etapa será a partir de 24 de agosto. Neste momento, será liberado 50% da capacidade e circulação de alunos com 15 anos ou mais.
Na terceira etapa, a partir de 31 de agosto, a capacidade física da instituição pode ser ocupada em até 75%. Será permitida a entrada de alunos com 11 anos ou mais. A quarta e última etapa será a partir de 8 de setembro, quando as instituições podem chegar a 100% da capacidade.
"A decisão foi tomada após criteriosa análise dos números da pandemia no estado, e as instituições de ensino deverão obedecer ao protocolo setorial de segurança, respeitando as orientações sobre distanciamento social e as medidas de proteção e prevenção. É importante ressaltar que o gabinete de enfrentamento à Covid-19 está monitorando o número de casos e, se necessário, a evolução das etapas de retomada pode ser reconsiderada", afirmou o secretário estadual de Educação, Fred Amancio, quando anunciou a volta dos cursos livres.
Na escola de idiomas CNA, a volta das aulas presenciais foi para cerca de um terço dos estudantes. "A maior parte do nosso público, 73% do total, tem menos de 18 anos. As aulas para os maiores de 18 anos, que é o autorizado no momento, têm sido à noite e aos sábados. Temos um protocolo que vai além do exigido pelo governo. Fizemos uma consultoria com o Hospital Albert Einstein (de São Paulo) para criar as nossas normas. A sala com livrinhos e fantasias para crianças, por exemplo, foi interditada", explicou a diretora pedagógica do CNA Recife e Olinda, Annie Bittencourt.
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