sábado, 17 de outubro de 2020

Venezuelanos pedem comida e remédio e dinheiro nas ruas de Garanhuns

Há pouco mais de uma semana grupos de venezuelanos começaram a ser vistos pedindo ajuda para comprar comida, remédios e fraldas em semáforos de ruas e avenidas de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Eles usam cartazes para chamar atenção de pedestres, motoristas e motociclistas. Os imigrantes estão concentrados nos bairros de maior movimentação da cidade: Centro e Heliópolis.

A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do município disse que tem feito um mapeamento desses venezuelanos. Até a publicação desta matéria, 42 deles estão sendo monitorados. De acordo com a psicóloga Isabel Cristina Santos, do Centro de Referência e Assistência Social (Creas) de Garanhuns, são 19 adultos, entre homens e mulheres, e 23 crianças e adolescentes.

Em entrevista à TV Asa Branca, a psicóloga falou que os imigrantes vieram do Recife. “Tinham mais venezuelanos aqui, mas foram para outras cidades. Parte dessas pessoas passou por várias localidades do Nordeste”, explicou.

Inacio Torres, que trabalhava na Venezuela como agricultor, foi visto com a companheira e mais quatro filhos, sem máscara, próximo à Praça Dom Moura, pedindo ajuda. Ele disse que chegou à cidade quarta-feira (7) com outros venezuelanos. Ele contou que estava pedindo dinheiro para comprar fralda para os filhos e ajudar a família.

Segundo a Secretaria, todos receberam máscara de proteção, mas são resistentes ao uso. Os venezuelanos estão divididos e vivem em um hotel, uma pousada e em uma casa alugada no Bairro São José. Todos fazem parte de uma comunidade indígena. Comovidos com a situação, ciclistas fizeram a doação de um fogão, roupas e alimentos aos imigrantes.

De março a setembro, esse grupo recebia doação de alimentos da ONG Em Cena Arte e Cidadania, no Recife, mas ao ser procurado no início do mês, a diretoria da Instituição não conseguiu localizá-lo. “Os venezuelanos viviam em um dos casarões da Rua da Glória, no bairro da Boa Vista. Algumas crianças passaram a ser atendidas por nós. Todos os meses as famílias vinham buscar cestas com alimentos, este mês não vieram. O imóvel onde viviam está fechado. Somente esta semana soube que todos estavam em Garanhuns”, disse Betânia Gonçalves, coordenadora geral da ONG.

Para a psicóloga do Creas de Garanhuns, o perfil desses imigrantes é diferente das pessoas que mendigam no Brasil. “São nômades, o foco deles aqui é conseguir dinheiro para ajudar os familiares que passam por dificuldades na Venezuela. Essas pessoas recebem auxílio do governo como imigrantes para sobreviver aqui no Brasil”, finalizou.

(Com informações do G1)

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