segunda-feira, 5 de abril de 2021

Paulo tem um ano para decidir se renuncia e disputa a eleição de 2022

 


       Daqui a exatamente um ano, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), estará no limite para decidir se renuncia ao cargo para disputar as eleições de 2022. Pela legislação eleitoral, se quiser ir para as urnas, o gestor terá que deixar o governo estadual até seis meses antes do próximo pleito, ou seja, o dia 2 de abril de 2022 é o limite.

O futuro político de Paulo Câmara ainda é uma incógnita. Entretanto, nos bastidores da política, quatro caminhos são apontados para ele no ano que vem: candidato a senador, a deputado federal, a vice-presidente ou terminar o mandato de governador do estado.

A opção vista como mais viável para Paulo Câmara é disputar uma vaga de deputado federal. Aliados veem a disputa como segura, sobretudo com o apoio de parte dos prefeitos do PSB no interior do estado.

Outro caminho seria a disputa para o Senado, mas essa possibilidade é mais remota, porque a vaga é almejada por partidos aliados, principalmente o PP, e o PSB já estará na titularidade da chapa de governador, provavelmente com Geraldo Julio. “Em 2014, foi PSB para governo e para o Senado: Paulo Câmara e Fernando Bezerra Coelho. Mas foi uma construção feita por Eduardo Campos, que era candidato a presidente. Dessa vez, é mais difícil que isso aconteça, até porque os aliados precisam ser contemplados”, diz um deputado federal do PSB sob reserva.

A terceira opção para uma eventual disputa de Paulo Câmara é integrar uma chapa como candidato a vice-presidente da República. Um integrante da cúpula nacional do PSB afirma que esse cenário se viabilizaria se o PSB compor com um candidato a presidente com menos potencial de votos no Nordeste. “É aí que a entrada de Paulo Câmara, um nome nordestino, faria sentido na composição”, explica o aliado.

“O PSB não vê Paulo Câmara como vice, por exemplo, de Lula ou Ciro Gomes, eventualmente se o PSB compor com algum deles. Porque os dois já são nomes do Nordeste e o vice teria que ser alguém próximo ao mercado ou político do eixo Sudeste/Sul e de centro”, diz, sob reserva, este membro do PSB.

Por fim, existe a possibilidade de Paulo Câmara decidir permanecer como governador até o fim do mandato, em 1º de janeiro de 2023. Nesse cenário, ele ficaria sem mandato eletivo após deixar o Palácio do Campo das Princesas e entregaria o posto ao sucessor eleito nas urnas em outubro de 2022. Paulo Câmara é servidor de carreira do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE).
Caso renuncie ao cargo em abril de 2022, Paulo Câmara entregará o governo para a atual vice Luciana Santos (PCdoB), que terá mandato por quase nove meses. Se isso acontecer, ela será a primeira mulher governadora de Pernambuco.

Uma eventual renúncia antecipada de Paulo Câmara não preocupa ao PSB, visto que o PCdoB é visto como uma legenda “de confiança” e não lançaria Luciana para a reeleição com a máquina do Governo do Estado nas mãos. “Acreditamos na lealdade do PCdoB, que sempre esteve com o PSB, e que ela possa fazer a transição para, tomara, o próximo governador do PSB”, afirma um deputado estadual pessebista, reservadamente.

O objetivo do PSB é que Luciana faça a transição para, se sair vitorioso, Geraldo Julio. O ex-prefeito do Recife e atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico é apontado como o pré-candidato do partido a governador na disputa de 2022. Caso Geraldo vença, com mandato até 2026, o PSB chegará a praticamente 20 anos no poder em Pernambuco.

A avaliação de parlamentares do PSB é de que, com a alta popularidade de Lula no estado, sobretudo no interior, a eleição de Geraldo Julio (PSB) para governador ficaria mais segura, diferentemente de uma aliança com o PDT, de Ciro Gomes – menor potencial de votos no estado em relação a Lula, historicamente.

        Blog do Jamildo

Nenhum comentário:

Postar um comentário