Por Edmar Lyra
O Supremo Tribunal Federal aprovou a criação das federações para as eleições deste ano e permitiu um prazo mais elástico, tendo os partidos até 31 de maio para efetuarem o registro. Do ponto de vista eleitoral, a federação é extremamente interessante diante do fim das coligações, porém ela traz amarras que colocam em xeque a sua execução, como a necessidade de haver uma verticalização obrigando os partidos a ficarem juntos em todos os estados, e mais do que isso, falando politicamente, os partidos ficarão engessados pelos próximos quatro anos, inclusive seriam obrigados a marcharem juntos nas eleições municipais de 2024.
Existem federações sendo costuradas como a do PT, PSB, PV e PCdoB, que tem esbarrado em São Paulo, devido ao desejo de Márcio França e Fernando Haddad disputarem o Palácio dos Bandeirantes, sem nenhum sinalizar a possibilidade de ceder, o que pode dificultar a execução de uma federação que tenha os PT e PSB, ainda que isso não venha atrapalhar a junção nacional dos dois partidos.
Outra federação em gestação seria a que contaria com MDB e União Brasil, mas que apesar de ser interessante, esbarra nos interesses de Renan Calheiros em Alagoas e Romero Jucá em Roraima, ambos expoentes do MDB, o que coloca em xeque a sua execução, ainda que o União Brasil decida apoiar Simone Tebet. Portanto, mesmo aprovada pelo TSE, as federações que compreendem siglas representativas terão grandes dificuldades de avançar devido os interesses partidários locais nas disputas de senador e governador espalhadas por todo o Brasil.
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