terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Nacionalização pode fortalecer polarização entre Anderson e Danilo

 

Foto: Antônio Cruz/ABr e Fabrice Cofrini/AFP

Por Edmar Lyra

A disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, que teve a oficialização da pré-candidatura do deputado federal Danilo Cabral (PSB) ontem, deverá ganhar nos próximos meses contornos de polarização entre os dois presidenciáveis melhor posicionados nos levantamentos até aqui divulgados, Lula e Jair Bolsonaro.

Lula estará no palanque de Danilo Cabral, fruto da aliança entre PT e PSB que foi retomada em Pernambuco, enquanto Anderson Ferreira, pré-candidato a governador do PL, representará o presidente Jair Bolsonaro em Pernambuco. Mesmo não tendo um desempenho extraordinário em Pernambuco, Jair Bolsonaro é o presidenciável que melhor performa em relação ao eleitorado de Lula e isso deverá permanecer até outubro.

Portanto, a polarização nacional deverá acender um alerta nas campanhas de Raquel Lyra e Miguel Coelho, que se mantiverem seus respectivos projetos, poderão levar prejuízos eleitorais devido a discussão cada vez mais forte da pauta nacional que está se inserindo nas eleições estaduais. Na eleição passada, por exemplo, Fernando Haddad obteve 48,87% dos votos válidos no primeiro turno, enquanto Jair Bolsonaro obteve 30,57%, o terceiro colocado, Ciro Gomes, ficou com menos da metade dos votos de Bolsonaro, com apenas 13,56%.

Sem um candidato a governador em 2018, os votos de Bolsonaro acabaram não alavancando a oposição, o que pode ser diferente agora com a postulação de Anderson Ferreira, que terá o mesmo número do atual presidente por ambos serem do PL. Raquel e Miguel, que possuem alianças com pré-candidatos a presidente inexpressivos em Pernambuco através de seus respectivos partidos deverão ter cuidado redobrado para não serem afetados pela nacionalização.

O próprio anúncio de Danilo, cujo discurso não poupou elogios a Lula nem aliviou nas críticas a Bolsonaro, deixou claro que a tônica da disputa será a nacionalização, e avaliar que ela não terá impactos em Pernambuco, como querem fazer alguns postulantes a governador será um erro estratégico que poderá custar caro, tendo como desfecho um resultado eleitoral muito menor do que eles estariam projetando.

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