quarta-feira, 3 de agosto de 2022

PM mata criança e governador Paulo Câmara vira as costas após quatro meses


Por André Beltrão — As investigações sobre uma operação policial que resultou na morte da menina Heloysa Gabrielly, de 6 anos, em Porto de Galinhas, no final de março, seguem sigilosas. A Polícia Civil concluiu o inquérito, mas não dá sinais de que fará a sua divulgação à sociedade. O Blog teve acesso ao relato estarrecedor, que conta com a conivência do governador Paulo Câmara: o inquérito concluiu que não houve troca de tiros e a criança teria sido vítima de um homicídio doloso provocado por um policial militar.

O Governo de Pernambuco tem um prazo até 23 de agosto para responder a ação de número 0065034-16.2022.8.17.2001. O Blog vai acompanhar a contestação e apurar todo o processo indenizatório da família desamparada.

Heloysa Gabrielly chegou a ser socorrida, mas não resistiu

A história

O caso ocorreu em 30 de março, quando moradores que testemunharam a ação revelaram à imprensa que policiais do Batalhão de Operações Policiais (Bope) chegaram atirando na comunidade. Um dos tiros vitimou a criança. Na época, a polícia alegou que houve troca de tiros, o que foi desmentido pelos moradores da região. Segundo eles, foram os policiais que chegaram atirando

A única informação oficial divulgada pela Polícia Civil foi que o inquérito referente ao caso “foi concluído com indiciamento e remetido à Justiça”, em comunicado divulgado há quatro dias. A assessoria da corporação não informou quem foi indiciado, nem quantas pessoas foram acusadas e menos ainda se há policiais envolvidos. O Ministério Público já foi comunicado, mas também faz silêncio sobre o caso.

Em abril, o governador Paulo Câmara recebeu os pais da menina Heloysa, se solidarizou com a família e prometeu celeridade ao caso. O que ainda está longe de ocorrer. O Bope, criado por Paulo em 2017, integra a Polícia Militar de Pernambuco. Inspirada no filme Tropa de Elite, a estrutura foi criada para atuar contra a criminalidade no Estado, cujos números dispararam desde 2015, quando Paulo Câmara assumiu. Apesar dos esforços, os índices nem de longe lembram a era de ouro do Pacto Pela Vida, no segundo governo de Eduardo Campos (2011-2014).

4 meses depois, polícia não divulga resultado de inquérito

 

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