quinta-feira, 30 de outubro de 2025

A pedra no sapato de Raquel Lyra

 

Foto: Divulgação

Por Edmar Lyra

A pesquisa Datafolha divulgada ontem trouxe o que outros institutos já haviam captado, que era a recuperação da governadora Raquel Lyra eleitoralmente e da avaliação do seu governo. Os números não mentem: Raquel teria 57% de aprovação, e ao que tudo indica essa melhora da avaliação tende a continuar a crescer.

O que ainda coloca em dúvida a reeleição da governadora é o fato de ela ter como adversário o prefeito João Campos, talvez um levantamento com outro adversário já mostrasse a superioridade numérica de Raquel. Além de bem-avaliado, João Campos é uma espécie de entidade, saindo da lógica da política tradicional.

Além da sua própria capacidade de comunicar com os eleitores, João Campos representa um legado histórico em Pernambuco. É o legítimo herdeiro de Miguel Arraes e de Eduardo Campos, que por cinco oportunidades governaram Pernambuco. Mas apesar do favoritismo de João Campos, que tem entre 22 e 23 pontos de vantagem sobre a atual governadora, o Datafolha foi categórico ao mostrar que se em novembro de 2024 os números de um outro instituto apontavam para um passeio de João Campos, os números de outubro de 2025 mostram que terá eleição em Pernambuco.

João Campos terá consigo a missão de manter essa frente em torno de 20 pontos até abril, quando ele deverá renunciar a prefeitura do Recife para poder ficar apto a disputar o governo, Raquel Lyra, por sua vez, terá que manter o ritmo de crescimento observado ao longo de 2025 e acelerar gradativamente até abril e depois nas convenções para poder conquistar partidos e apoios para a sua reeleição.

Não será surpresa Raquel continuar tracionando e chegar na eleição com mais de 65% de aprovação. Ela só não tem isso ainda por conta do eleitor metropolitano, que foi sempre o último a abraçar Eduardo Campos, Miguel Arraes e Paulo Câmara, que sempre observa os governadores com restrições até eles mostrarem serviço. Mas para isso ela tem intensificado as ações e os investimentos e aposta nas entregas para chegar competitiva.

É indiscutível a força de quem está no governo tentando a reeleição. O ex-governador Paulo Câmara chegou a ter 74% de desaprovação em abril de 2017, de acordo com o instituto Uninassau na época. Em 2018, esse panorama se manteve por todo o primeiro semestre, o Ibope apontou em agosto que Paulo tinha 31% de aprovação e 61% de desaprovação. Mesmo assim, o então governador venceu a disputa em primeiro turno. A diferença fundamental para o pleito de 2018 é que Raquel não é Paulo, e está bem-avaliada, e João Campos não é Armando Monteiro, e lidera com certa folga as pesquisas. Em síntese, a eleição de 2026 que há um ano parecia resolvida, mostra que teremos disputa e promete ser uma das mais emocionantes da história.

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