terça-feira, 28 de outubro de 2025

Transporte Público de Garanhuns enfrenta Grave Crise Financeira e Concessionária alerta para necessidade de Subsídio Público Mensal

 Por Carlos Eugênio

A grave crise do transporte coletivo em Garanhuns foi o principal tema da reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), realizada no dia 21 de outubro e registrada no Diário Oficial dos Municípios na última quinta-feira, dia 23.

O encontro reuniu representantes da Prefeitura, da sociedade civil e da empresa São Cristóvão, concessionária do serviço há mais de 40 anos.

O gerente da empresa, Domingos Coelho de Sá, afirmou que o sistema “está em situação crítica”, com queda de mais de 70% no número de passageiros, de 600 mil, por mês, antes da pandemia para apenas 180 mil em 2025. O resultado é um déficit mensal de R$ 420 mil, mesmo após ajustes internos.

Atualmente, a São Cristóvão opera com 18 ônibus e 50 funcionários, mas, segundo Domingos, não há mais condições de manter os custos fixos ou realizar reajustes salariais.

“O proprietário tem mantido o serviço por respeito à cidade e à gestão municipal, mas o limite foi atingido”, afirmou. A Empresa já notificou oficialmente a Prefeitura em 12 de setembro, solicitando uma solução até novembro.

Domingos defendeu a criação de um subsídio público de R$ 220 mil mensais para garantir a continuidade do serviço, citando exemplos de cidades como Caruaru e Recife, que já adotam o modelo. Ele também destacou que 50% dos usuários possuem gratuidade, o que agrava o desequilíbrio financeiro.

Os representantes da AMSTT e do Gabinete do Prefeito reconheceram a gravidade da situação e citaram a concorrência dos aplicativos de transporte como outro fator de impacto.

O representante do Gabinete do Prefeito, Marceu Nogueira, informou que já existem tratativas políticas em andamento e que a decisão sobre o subsídio é “essencialmente política”, envolvendo a Câmara de Vereadores e o Prefeito.

Em entrevista à Rádio Jornal, ainda no primeiro semestre de 2023, o Prefeito Sivaldo Albino (PSB) já havia reconhecido as dificuldades da Empresa, mas, dois anos depois, a solução definitiva ainda não foi apresentada.

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