quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Paulo Câmara e o legado de uma gestão transformadora no Banco do Nordeste

 

Foto: Divulgação

Por Edmar Lyra

A saída de Paulo Câmara da presidência do Banco do Nordeste, oficializada nesta semana, representa apenas uma pausa em um ciclo que já é visto como um dos mais produtivos da história recente da instituição. Ex-governador de Pernambuco e homem de perfil técnico, Câmara assumiu o comando do BNB em março de 2023, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À frente do banco, promoveu uma gestão marcada pela expansão do crédito, fortalecimento da governança e foco na inclusão produtiva — elementos que transformaram o BNB em um verdadeiro motor de desenvolvimento regional.

O desligamento, conforme comunicado do Conselho de Administração, ocorreu por cumprimento de prazos legais previstos na Lei das Estatais. Mas sua volta ao cargo, prevista para janeiro de 2026, já é dada como certa dentro e fora da instituição. Trata-se de um afastamento meramente técnico, e não político, o que reforça a confiança no seu trabalho e na estabilidade institucional do banco.

Durante o período em que comandou o BNB, Paulo Câmara entregou resultados expressivos. Sob sua gestão, o volume de contratações saltou de cerca de R$ 40 bilhões anuais para quase R$ 70 bilhões — um crescimento superior a 70%. O banco registrou expansão significativa no crédito para micro e pequenas empresas, que passaram de 51% para 62% do total de operações, um dado que reflete a interiorização do desenvolvimento e o estímulo à base produtiva regional. Além disso, em 2024, o BNB contratou mais de R$ 29 bilhões apenas no primeiro semestre, crescimento de quase 12% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esses números não são meras estatísticas: traduzem empregos gerados, negócios fortalecidos e uma presença mais ativa do Estado nas regiões que mais precisam de fomento. Estimativas do próprio banco apontam que, apenas em 2024, as operações do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) contribuíram para a geração ou manutenção de quase 300 mil postos de trabalho. É o tipo de impacto que vai além das planilhas — é desenvolvimento social na prática.

Câmara também foi responsável por modernizar processos internos, ampliar a transparência e reforçar o papel do banco como parceiro estratégico de políticas públicas. Trouxe estabilidade administrativa e credibilidade técnica, valores raros em instituições públicas de grande porte. O resultado foi um BNB mais eficiente, mais próximo dos empreendedores e mais preparado para o desafio de reduzir desigualdades regionais.

Politicamente, a sua recondução em 2026 terá peso simbólico e estratégico. O governo federal sinaliza, com isso, que prioriza resultados concretos e governança sólida em detrimento de disputas partidárias. Para o Nordeste, significa a continuidade de uma agenda de desenvolvimento equilibrado, que aposta na inovação, na sustentabilidade e na inclusão produtiva como caminhos para o futuro.

Paulo Câmara encerra esta primeira etapa com o reconhecimento de ter recolocado o Banco do Nordeste em posição de protagonismo nacional. Se o retorno em janeiro se confirmar, ele voltará a um banco fortalecido, pronto para consolidar uma marca de gestão que alia técnica, transparência e compromisso com o desenvolvimento regional — um legado que já começa a se firmar como referência para o país.

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