domingo, 23 de outubro de 2022

Bolsonaro deverá ser reeleito no próximo dia 30

 

Foto: Allan Santos/PR

A disputa presidencial deverá ter um desfecho diferente do que a mídia tradicional apregoou ao longo dos últimos quatro anos, num cenário muito parecido com o que ocorreu em 2018, quando todos afirmavam que Jair Bolsonaro seria derrotado contra qualquer que fosse o adversário. Sua vitória foi atribuída a dois fatores centrais: a prisão de Lula e a facada sofrida em 6 de setembro daquele ano, mas foi muito mais do que essas duas nuances, Bolsonaro conseguiu fazer desde 2015, quando decidiu disputar a presidência da República, o que poucos líderes políticos conseguiriam, que foi aproveitar-se da inovação tecnológica e da transformação da sociedade, que já dava sinais em 2013 durante a Copa das Confederações, quando eclodiram os protestos contra Dilma Rousseff e a classe política.

Desde aqueles movimentos, Bolsonaro soube valer-se de uma narrativa forte como a pauta de costumes, que em 2010 se fez presente, se acentuou em 2014 e chegou ao seu ápice em 2018. Opositores do presidente seguiram a máxima do que fizeram com Lula em 2006, quando menosprezaram sua capacidade de reinvenção e da força de quem detém a máquina. Naquela ocasião, Lula acabou reeleito.

A pandemia, a crise econômica e os ataques diários da mídia tradicional eram fatores que liquidariam qualquer político, mas Jair Bolsonaro demonstrou ter couro de jacaré, aguentando desafios jamais vistos por um presidente. Apesar disso, acertou nos pilares macroeconômicos quando direcionou a Paulo Guedes a incumbência de cuidar dos rumos econômicos do país, a equipe de Guedes evitou uma queda da economia de quase dez por cento nas previsões apocalípticas em 2020 para apenas 4%, e conseguiu que em 2021 e 2022 a economia crescesse em V. No ano seguinte cresceu 4,6% e este ano deverá crescer 3%.

No tocante à rede de proteção social, o governo Bolsonaro não só triplicou o Bolsa-Família, como ampliou seu alcance para 20 milhões de beneficiários através do Auxílio Brasil. O emprego também foi preservado, fazendo com que o país mantivesse uma mínima condição social para a população em períodos semelhantes a um pós-guerra.

A campanha propriamente dita mostrou uma clara recuperação de Bolsonaro, que os institutos de pesquisa teimavam em não apontar, chegaram a passar três semanas do primeiro turno direcionando para uma estagnação de Bolsonaro. O presidente digital enfrentou seu principal adversário, Lula, que habituou-se a fazer política analógica, achando que estava em 2002. O mundo mudou, e Lula não se adequou a nova realidade da velocidade da informação e do correto uso das redes sociais.

No primeiro turno a diferença de pesquisas eleitorais para as urnas foi gritante, apontavam 15 pontos, que ficou em apenas cinco. Lula terminou em primeiro lugar porque também tinha forte base social e acabou beneficiado pelo voto útil, que lhe deu 48,4% dos votos válidos.

Mas os movimentos políticos não são estáticos. A diferença entre os dois continuou reduzindo ao longo do segundo turno. Bolsonaro seguiu crescendo, enquanto Lula ficou estagnado, desta vez com um resultado legislativo muito alentador para o presidente, que elegeu vinte dos vinte e sete senadores, elegeu em seu partido nada menos que 99 deputados federais, as outras duas legendas que lhe apoiaram fizeram quase cem parlamentares também. Bolsonaro, a despeito dos ataques da mídia, mostrou que era forte e capaz de garantir uma governabilidade muito mais robusta pelos próximos quatro anos.

Faltando uma semana para a eleição, não há dúvidas que o movimento de Jair Bolsonaro é de crescimento, o de Lula de estagnação ou queda. Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, os três maiores colégios eleitorais do país, atrelados aos três estados do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, deverão garantir a Bolsonaro uma vitória significativa, enquanto o Nordeste, considerado bunker de Lula, esgotou sua possibilidade de resolver a eleição porque deu próximo do teto a Lula já no primeiro turno, com pouca margem de manobra.

Não será supresa se no próximo domingo, 30 de outubro, Jair Bolsonaro mantenha a escrita de que todos os presidentes com direito a reeleição foram vitoriosos, não é surreal acreditar que ele possa não só virar sobre Lula como garantir pelo menos 52% dos votos válidos. Diferentemente de 2018 quando derrotou Fernando Haddad, um preposto de Lula, Bolsonaro poderá se tornar a maior liderança popular do Brasil ao derrotar aquela que por trinta anos foi a maior liderança política do país. Lula, ao se colocar neste jogo, e se eventualmente confirmar o que todo mundo está vendo, mas poucos têm coragem de reconhecer, deu a Bolsonaro a possibilidade de não só vencer a eleição como se transformar em uma força política ainda maior do que a obtida em 2018.

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