sábado, 20 de maio de 2023

HUMILHAÇÃO: MPT investiga caso de funcionário do Burger King que urinou na roupa após não poder ir ao banheiro



Rede lamentou episódio e disse que envolvidos foram afastados até que caso seja apurado

Por Agência O Globo

José Vinícius Santos publicou um vídeo no Instagram relatando que urinou na roupa após ameaça - Foto: Reprodução


O Ministério Público do Trabalho de Sergipe (MPT-SE) instaurou nesta sexta-feira (19) uma investigação sobre um vídeo compartilhado nas redes sociais no qual José Vinícius Santos, funcionário de uma franquia do Burger King em Aracaju, conta que urinou na roupa após ser proibido de utilizar o banheiro sob ameaça de demissão por justa causa.

O caso aconteceu em um dos quiosques da empresa que funciona no Shopping Jardins, na capital sergipana. O MPT informou que vai "apurar a eventual ocorrência de ilícitos que teriam sido praticados" na ocasião e que o "procedimento encontra-se em fase inicial e tramita sob sigilo".

No vídeo, publicado no Instagram no fim da tarde de quinta-feira, ele explica a situação:

— Quero relatar o inevitável. Eu acabei de mijar, sim, mijar aqui no quiosque. Porque eu não posso sair daqui, porque se eu sair aqui do quiosque eu levo advertência. A segunda vez, eu levo suspensão. E a terceira eu levo uma justa causa — diz o funcionário da rede de fast-food em vídeo.

Em outro trecho do vídeo, José conta que no dia anterior levou uma advertência porque não quis fazer hora extra.



— Ontem mesmo eu já levei uma advertência por ter saído do quiosque, porque fui embora na minha hora. Cheguei 8h20 e fui embora 16h40, na minha hora e levei advertência — afirma o atendente.

Especialista em direito processual e material do trabalho, Marcel Zangiácomo, diz que o funcionário tem o direito de discutir judicialmente uma rescisão indireta, uma espécie de " justa causa ao contrário", em que o empregado sai do emprego com indenização do empregador.

— O empregado pode entrar com uma ação judicial com pedido de rescisão indireta em decorrência do fato, inclusive acumulado com danos morais. Particularmente, entendo que, se houve prova efetiva dessa proibição, há sim a possibilidade de uma condenação por danos morais. Além disso, o próprio Ministério do Trabalho pode ser acionado neste caso para investigar o que de fato ocorreu e se isso vem ocorrendo com outros empregados — explica Zangiácomo.

O que diz o Burger King

Em nota, a empresa lamentou o ocorrido e disse que os envolvidos foram afastados até que o caso seja apurado.

"Lamentamos profundamente o ocorrido na última quinta-feira, 18/05, em Aracaju e reforçamos que não toleramos qualquer tipo de falta de respeito. Informamos que as pessoas envolvidas no caso foram afastadas enquanto apuramos todas as informações. Estamos prestando todo o apoio e acompanhando o colaborador. Temos na nossa cultura a prática do respeito com as pessoas em qualquer ambiente e não deixaremos de tomar todas as medidas cabíveis", diz nota enviada ao GLOBO.



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