Apesar de não ter emplacado o conselheiro do TCE, cujo nome da sua preferência era o deputado estadual Joaquim Lira, a governadora Raquel Lyra não considerou de todo ruim o resultado. O Palácio já avaliava ser difícil reverter a condição de favorito de Rodrigo Novaes que foi impulsionado pelo prestígio do presidente Álvaro Porto. Mas atingir dezoito votos foi considerado um pontapé inicial para montar sua base parlamentar. Porém, o grande movimento foi o aceno à federação composta por PT/PV e PCdoB, que possui sete deputados estaduais e três deputados federais. Caso Joaquim fosse eleito, o herdeiro da sua vaga era Odacy Amorim, aumentando a bancada do PT para cinco deputados estaduais.
A governadora tem mantido diálogo permanente com o governo federal, e entende ser fundamental a boa relação com Lula, prova disso tem sido a presença constante de ministros em Pernambuco. Contando com PL, Patriota e PP em sua base, Raquel teria, em tese, 14 deputados, mais os três do PSDB, seriam dezessete, se atrai a federação, atinge 24 parlamentares em sua base.
Por isso, a governadora atenta aos últimos movimentos, iniciou tratativas para ter o PT cada vez mais próximo, não só para garantir a governabilidade como até mesmo considerar numa chapa majoritária em 2026. Outra conta que é feita ainda pelo Palácio seria incentivar uma candidatura própria do PT no Recife. Ela tem conversado com vários interlocutores do partido e aposta nesta possibilidade de ter o PT lhe dando sustentação na Alepe e com vistas a 2024.
“Nem sempre uma derrota é considerada o fim do mundo, pode ser o primeiro passo para saber quem estava de fato com o governo e quem não estava para assim tentar construir uma base parlamentar”, afirma um aliado da governadora, que está animado com essa possível aproximação com o PT para a governabilidade e para as duas próximas eleições.
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