segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Raquel responde a Zema em entrevista à Globonews: "Creio na infelicidade dessa fala"

Governadora sai em defesa do Norte e Nordeste e diz que regiões são parte da solução para o País

Por Carlos André Carvalho






A governadora Raquel Lyra (PSDB), em entrevista por videochamada à GloboNews, na noite deste domingo (6), falou sobre as declarações do governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), já consideradas xenófobas, racistas e separatistas por políticos e figuras públicas da direita liberal à esquerda de várias partes do Brasil. Numa entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no último sábado (5), Zema defendeu maior protagonismo econômico e político dos estados do Sul e Sudeste e uma frente das siglas de direita do Sul e Sudeste para aprovação de pautas no Congresso, e sobretudo, para a próxima disputa eleitoral em 2026.

“Creio na infelicidade dessa fala em apontar que as decisões são sempre tomadas pelo Norte e Nordeste, Nós temos um fator histórico de desigualdade social e regional extraordinários no Brasil”, disse Raquel. Para ela, é só reparar o PIB, PIB per capita, a quantidade de pessoas empregadas e aquelas com Bolsa Família nos estados da região, a ausência de indicadores sociais e econômicos para que possa se dizer que não precisa haver mais investimento no Norte e Nordeste em infraestrutura, saneamento, habitação e garantia de novos investimentos.

Segundo a governadora, as indústrias, grandes empresas, os novos negócios que até agora vieram para o Nordeste e o Norte acabaram precisando de política de incentivos, como por exemplo, o caso da vinda para Pernambuco da Jeep, hoje Stellantis, que gera cerca de 20 mil empregos.

"A Zona da Mata Norte hoje tem emprego de qualidade, gerando um novo arranjo produtivo. Para mudar a matriz econômica desses estados claro que se carece de incentivos. A nossa defesa dos critérios é, primeiro, que as constitucionalidades pudessem ser colocadas na divisão desse bolo dentro da Constituição, não levado para Lei Complementar”, explicou.

Raquel também defendeu utilizar critérios como o PIB invertido para permitir que os estados com menor arrecadação possam receber mais recursos. “Assim, a gente consegue ter uma política verdadeira de enfrentamento de uma desigualdade histórica, sob pena de a reforma tributária não cumprir o seu papel, que é de equilibrar o jogo no Brasil”, afirmou

Para a governadora, o Nordeste precisa começar a ser visto como parte da solução do país. “Quando a gente vê batendo a nossa porta a necessidade de a economia verde e da mudança do mundo em relação às energias renováveis, à energia limpa e toda a indústria que a isso vem atrelada, o Nordeste está sendo enxergado pelo mundo como grande parte da produção daquilo que precisa ser feito dessas novas energias e desses produtos”, acrescentou a governadora.

Raquel Lyra encerrou a entrevista, afirmando que o olhar do Brasil sobre o Nordeste precisa ser mudado. "Que a gente também comece a ser enxergado pelo Brasil como parte da solução que o País tem para que a gente ingresse numa nova economia, que respeite o ambiente climático e esteja absolutamente inserido nesse novo contexto da economia mundial”, arrematou a governadora.

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