Em 2023, 1 milhão de pernambucanos foram afetados com a falta de água nas torneiras por conta de ações criminosas
Por: Adelmo Lucena
Em 2023, pelo menos 1 milhão de pessoas tiveram o abastecimento de água afetado por conta dos 82 furtos registrados ao longo do ano (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal) |
A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) sofre uma média de dois furtos a cada semana. O dado foi repassado pelo presidente da estatal, Alex Campos, durante a audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (13), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), uma convocação do deputado Luciano Duque.
Em 2023, pelo menos 1 milhão de pessoas tiveram o abastecimento de água afetado por conta dos 82 furtos registrados ao longo do ano. As ações criminosas prejudicaram 60 unidades operacionais da Companhia.
Dentre as unidades, 27 estão na Região Metropolitana do Recife, 24 no Agreste e Matas e 31 no Sertão. De acordo com a Compesa, R$ 5 milhões foram investidos para repor os materiais furtados.
A audiência pública abordou o crescimento dos números de crimes relacionados ao roubo, furto e receptação de cabos e fios de cobre em Pernambuco. A reunião contou com a presença de representantes da Neoenergia Pernambuco.
O presidente da Compesa destacou que Pernambuco já é um estado que sofre naturalmente com a escassez de água, principalmente no Agreste, onde há menos água do que em qualquer outra parte do Brasil.
Foto: Aluísio Moreira |
"A Compesa é vítima duas vezes, seja quando a Neonergia é furtada ou quando os sistemas de abastecimento são roubados, deixando a população sem água. São duas situações que atingem diretamente a Companhia: furtos de insumos e equipamentos e de água nas adutoras, mas que são igualmente graves do ponto de vista do impacto no abastecimento de água para a população", pontuou o presidente da Companhia.
Em janeiro deste ano, foram furtados os cabeamentos elétricos (fio de cobre), mais de 1 km de fiações, deixando Vitória de Santo Antão com 70% do abastecimento comprometido.
Após a reposição dos insumos, houve novo furto, deixando novamente a unidade, que recebe água da Adutora de Tapacurá, sem funcionar. O caso foi agravado pois a companhia precisou adquirir novos materiais no sul do país, que demoraram dois meses para chegar. Por isso, foi necessário ampliar o rodízio de distribuição na cidade, que já é rigoroso.
Desde o ano passado, foram feitas três grandes operações policiais para retirada de ligações clandestinas nas adutoras de Tabocas, Ipubi e Oeste (Trindade – Araripina). As ações resultaram na melhoria da distribuição de água para a população.
O presidente destacou que a Compesa tem enviado esforços para combater esses furtos, inclusive em conjunto a Secretaria de Defesa Social e a Polícia Civil para a definição de estratégias.
O presidente da Compesa afirmou que os grupos criminosos que atuam nos furtos e roubos possuem conhecimento técnico e planejam as ações para atuar em pontos cruciais para a operação dos sistemas.
De acordo com a Compesa, ações em segurança patrimonial estão sendo colocadas em prática para reverter este cenário. Entre as medidas tomadas estão aumento do efetivo de pessoal, uso de videomonitoramento e outras tecnologias para coibir essas articulações.
O presidente lamentou que a Companhia tenha que fazer esses investimentos quando os recursos poderiam ser aplicados na melhoria da prestação dos serviços da empresa, mas classificou como oportuna a discussão na casa.
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