O presidente da JBS, Gilberto Tomazoni, mostrou na Climate Week NYC como iniciativas da empresa estão colaborando com a agenda ambiental
Por Tania Menai, de Nova York
O evento teve sua primeira edição em 2009, tornando-se desde então o maior encontro de escala global sobre o tema. Nesta semana, Nova York recebe líderes políticos, empresários, acadêmicos e ativistas internacionais para painéis e discussões e planos de ação sobre dez temas centrais para o futuro das mudanças climáticas. A edição deste ano oferece 300 eventos a mais que a edição de 2024, denotando a relevância da semana na agenda global.
No Museu de História Natural já não há mais ingressos para as palestras e workshops com especialistas e acadêmicos. Mas há como participar ativamente de ações de bairro, de conferências promovidas por empresas e debates virtuais.
Na manhã desta segunda-feira, Gilberto Tomazoni, presidente da JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, participou de um painel sobre “AgTech”, a forma como a tecnologia está transformando a agricultura e a pecuária. Ele ressaltou que o Brasil tem hoje mais que o dobro do rebanho bovino americano, e produz mais carne que os Estados Unidos. E há oportunidade de crescimento. Para isso acontecer, segundo Tomazoni, é preciso financiamento, tecnologia e assistência técnica aos pequenos produtores rurais.
Na visão do presidente da JBS, a agricultura regenerativa é a solução para a agropecuária andar de mãos dadas com o meio ambiente. “Não podemos olhar isoladamente para cada integrante de um sistema integrado: micro-organismos e saúde do solo afetam a produtividade, o nível de controle biológico, usam muito menos defensivos e fertilizantes. A biotecnologia é um elemento crucial neste quesito.”
O CEO disse ao público que as recentes tarifas impostas ao Brasil pelos Estados Unidos não afetaram fundamentalmente a sua empresa. Ele nota que a JBS construiu uma plataforma diversificada em proteínna e também na geografia, atuando em 20 países com 400 fábricas em diversos segmentos. Atualmente, 53% dos negócios da empresa são gerados nos EUA. “Essa diversificação ajuda a empresa a atenuar as diversas oscilações do mercado, sejam por ciclos naturais, questões econômicas, sanitárias ou geopolíticas”, disse.
Por outro lado, Tomazoni avalia que os empreendedores brasileiros desenvolveram tecnologias sustentáveis de qualidade e de alta produtividade — e isso pode alcançar países menos desenvolvidos, que precisam de conhecimento para atacar a pobreza e a insegurança alimentar.
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