quinta-feira, 9 de julho de 2020

SINAIS DE RECUPERAÇÃO: Indústria de Pernambuco tem maior crescimento do Nordeste e segundo do Brasil em maio



O desempenho pernambucano apresentou uma alta de 20,5%, superando em quase três vezes a média nacional, que foi de 7%

Por Marcelo Aprígio

FOTO: Foto: Amanda Oliveira/GovBA
A produção industrial de Pernambuco teve o maior crescimento do Nordeste e o segundo do Brasil em maio na comparação com abril. Com alta de 20,5%, o Estado ficou atrás apenas do Paraná, que aumentou em 24,1% sua atividade na indústria. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa quarta (8).

O desempenho pernambucano superou em quase três vezes a média nacional, que foi de 7%. O Estado também superou o Nordeste, onde o incremento no setor chegou a 12,7%. O resultado, segundo a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), pode indicar que o setor localmente começa a ensaiar uma recuperação.

Segundo a entidade, o péssimo desempenho em abril, sob efeitos da pandemia do novo coronavírus, fez com que maio apresentasse significativa alta na produção industrial pernambucana. "Apesar de maio ter sido o mês de maior intensidade nas medidas de contenção da covid-19, com o Estado adotando o lockdown, o mês de abril foi um dos piores já registrados na história da produção industrial, o que significa dizer que o estado não tinha como reduzir ainda mais sua produção, fazendo com o que maio fosse positivo", diz a Fiepe.

Ainda de acordo com a comparação entre maio e abril de 2020, Amazonas (17,35), Rio Grande do Sul (13,3%), São Paulo (10,6%) e Bahia (7,6%) também mostraram "avanços mais intensos" do que a média nacional. Segundo o IBGE, 12 dos 15 locais pesquisados tiveram taxas positivas. Apenas Ceará (-0,8%), Pará (-0,8%) e Espírito Santo (-7,8%) não apresentaram alta.

Com o segundo indicador da economia divulgado para maio apontando alta e com os indicadores preliminares positivos de junho, economistas devem começar a revisar as projeções para o segundo trimestre de 2020, que previam acima de 10%.

Apesar dos dados positivos, quando maio de 2020 é comparado com o mesmo mês do ano passado, Pernambuco ainda não vai bem e apresenta queda de -13,5%. Também houve retração no Estado nos acumulados do ano (-4,7%) e dos últimos 12 meses (-4,5%). Em ambos os casos, o resultado foi menos intenso do que na média nacional, que registrou desempenhos negativos de -11,2% e -5,4%, respectivamente.
Indústria de transformação ainda sofre

Mesmo com a reação expressiva em maio frente a abril, as atividades da indústria da transformação acompanhadas pela PIM-PF amargaram índices negativos quando comparadas a outros períodos em Pernambuco. Segundo o IBGE, a única que teve desempenho positivo entre maio de 2019 e maio deste ano foi a fabricação de produtos alimentícios, com 17,5%. O mesmo ocorreu quando se consideraram os resultados do acumulado do ano, que tem índices positivos de 20,7%, e a variação percentual nos últimos 12 meses, com 5%.

O pior desempenho ocorreu na fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores. O recuo chegou a -91,3%, entre maio de 2019 e maio de 2020. O resultado já era esperado por economistas, visto que o Estaleiro Atlântico Sul, principal influência no segmento em Pernambuco, encerrou suas atividades no fim do ano passado. No acumulado de janeiro até maio, os índices negativos chegam a -85,3%. A variação percentual dos últimos 12 meses também se destaca negativamente, com -79,6%. "Com esses números, o setor repete o desempenho negativo de abril", afirma a pesquisa do IBGE.

Outras atividades industriais também foram fortemente afetadas em Pernambuco, com variações negativas quando se comparam os meses de maio de 2020 e o mesmo período de 2019. A fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos teve uma variação negativa de -58,8% nesse índice, acumulando perdas também na variação acumulada do ano (-26,6%) e na variação dos últimos 12 meses (-12%). A fabricação de produtos de minerais não-metálicos e a fabricação de produtos têxteis também sofreram forte queda entre maio do ano passado e maio deste ano: 47,1% e -43,9%, respectivamente.

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