Por Paulo Cappelli, no Metrópoles — Durante audiência no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o promotor Francisco Santiago chamou a advogada criminalista Sarah Quintetti Piron de “galinha garnizé” e disse que ela faria “striptease” na sessão. Após as declarações do representante do Ministério Público estadual (MP-MG), a advogada pegou o celular e registrou a sua indignação.
O episódio ocorreu durante sessão do Tribunal do Júri, em Belo Horizonte, no último dia 26/3. A coluna teve acesso à ata da audiência. “Momento em que o IRMP se volta a Dra. Sarah Quinetti e a chama de galinha garnize e faria stripitzer [sic]”, diz trecho do documento.
Os advogados Rodrigo Badaró e Rogério Varela, integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público, protocolaram reclamação disciplinar contra o promotor Francisco Santiago.
“Como se vê, ao invés de utilizar suas prerrogativas funcionais e o tempo da acusação para convencer os jurados, o Promotor de Justiça optou voluntariamente por dirigir ofensas à advogada Sarah Quinetti Pironi, que se encontrava no pleno exercício de sua função de previsão constitucional”, diz trecho da representação enviada à corregedoria do CNMP.
“Em 13 anos de advocacia, nunca tinha passado por isso. Fui desrespeitada e humilhada”, diz Sarah Quinetti.
O julgamento em questão, que acabou adiado, envolve um caso de homicídio.
Veja o vídeo:
Posição da OAB
Para o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, a Ordem “deve sempre manter como prioridade a defesa e o fortalecimento das prerrogativas”. Ele afirma que a que a entidade, por meio de seus representantes no CNMP e no CNJ, tem sido “implacável na adoção ágil de medidas contra quaisquer ofensas às prerrogativas da advocacia”.
A OAB acompanhará os desdobramentos da representação direcionada à corregedoria do CNMP.
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