quinta-feira, 25 de março de 2021

Autismo: Um transtorno de diferentes complexidades!

 Vem ai a Semana do Autismo



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Aqui publicamos um texto do Prof. Alberico Fernandes, Ex-Diretor do Colégio Diocesano de Garanhuns

Muito se tem falado em Autismo ou Transtorno do Espectro Autista. Mas o que é o Autismo e qual a importância de se saber sobre este tema? Nossa sociedade ainda engatinha e tem muito a evoluir quando falamos sobre o Autismo ou como caracterizamos atualmente os Transtornos do Espectro Autista (TEA). 
Doenças como a dengue ou o diabetes, por serem difundidas e bem assimiladas pela nossa população há muitos anos, são atualmente bem compreendidas pelas pessoas leigas. Resultado de anos de cartazes, folders, medidas de prevenção empreendidas pela nossa sociedade organizada, estas doenças estão na língua do povo e comentadas frequentemente pelas pessoas quando alguém começa a ter seus sintomas.
Então voltemos agora a questão do autismo e a necessidade de compreender melhor do que se trata. Para parte de um grupo de especialistas, autismo é uma doença, para outros, uma deficiência e, para alguns, é um transtorno. Vamos compreender com calma cada um desses aspectos. Pessoas com autismo possuem, sim, uma dificuldade social, verbal e de conhecer coisas novas, e isso é um grande obstáculo para conseguir ter uma vida independente e em sociedade. Essas características são parte de um transtorno, e são, juntas, uma deficiência. Esses comportamentos precisam ser tratados para que a criança com autismo venha a ter uma vida plena, independente e feliz. As barreiras que uma
pessoa autista enfrenta fazem jus a que ela seja beneficiária dos direitos de pessoas com deficiência, porque verdadeiramente é uma dessas pessoas.
Durante muito tempo as pessoas autistas eram consideradas anormais. Depois compreendeu-se ser um distúrbio que, quando orientadas, passam a ter uma vida normal e até com as mesmas qualidades de vida de qualquer outra. Mas antes de tudo é bom que compreendamos que há vários graus de autismo e cada um com maior ou menor complexidade para a vida de relação do portador. É muito complexo definir os tipos de autismo e seus tratamentos, como educador, de forma didática, passo uma das classificações clássicas dessa doença e seus sintomas:
São sintomas e características do autismo infantil:
• Dificuldade na interação social, como contato visual, expressão facial, gestos, dificuldade em fazer amigos, dificuldade em expressar emoções;

• Prejuízo na comunicação, como dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso repetitivo da linguagem;

• Alterações comportamentais, como não saber brincar de faz de conta, padrões repetitivos de comportamentos, ter muitas "manias" e apresentar intenso interesse por algo específico, como a asa de um avião, por exemplo.

O tratamento vai depender do tipo de autismo que a criança possui e do seu grau de comprometimento, mas pode ser feito com:
• Uso de medicamentos prescritos pelo médico;
• Sessões de fonoaudiologia para melhorar a fala e a comunicação;
• Terapia comportamental para facilitar as atividades diárias;
• Terapia de grupo para melhorar a socialização da criança.

Apesar do autismo não ter cura, o tratamento, quando é realizado corretamente, pode facilitar o cuidado com a criança, tornando a vida dos pais um pouco mais facilitada. Nos casos mais leves, a ingestão de medicamentos nem sempre é necessária e a criança pode levar uma vida bem próxima do normal, podendo estudar e trabalhar, sem restrições. Em alguns, o autismo é tão leve ou tão complexo que é de difícil identificação.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as causas do autismo não são totalmente esclarecidas, mas sabe-se que esta síndrome pode estar relacionada a:
• Deficiência e anormalidade cognitiva de causa genética e hereditária, pois observou-se que alguns autistas apresentam cérebros maiores e mais pesados e que a conexão nervosa entre suas células era deficiente;

• Fatores ambientais, como o ambiente familiar, complicações durante a gravidez ou parto;

• Alterações bioquímicas do organismo caracterizadas pelo excesso de serotonina no sangue;

• Anormalidade cromossômica evidenciada pelo desaparecimento ou duplicação do cromossomo 16.

A dificuldade em saber as causas ocorre porque as alterações não estão presentes em todos os autistas. Sabe-se que o autismo nem sempre limita.

A medicina atual já pode detectar o autismo em crianças a partir de dois anos de idade. Destacamos, a seguir, vários autistas que ficaram famosos levando uma vida sem problemas e até com destaque e alguns foram até mais longe que as pessoas ditas normais. Para ilustrar citamos:

• Lionel Messi – jogador de futebol
• Michael Phelps – nadador
• Tim Burton – cineasta
• Lewis Carrol – escritor
• Bill Gates – fundador da Microsoft
• Mozart e Beethoven – músicos 

Temos a ideia de que uma criança que é autista tem a sua vida limitada para sempre, mas muitas pessoas com esse transtorno têm a fala e a inteligência desenvolvidas sem problemas. Em grande parte dos casos, as pessoas autistas são fechadas e distantes ou presas a regras muito rígidas. 

OBSERVAÇÕES:
1. Por se tratar de um artigo bastante técnico foram usados alguns textos da área médica, da revista Medicina e Saúde, bem como as classificações da doença feita pela OMS.

2. Como é um tema que ainda está dando os seus primeiros passos nos estudos, o autismo ainda apresenta uma grande discórdia entre os seus estudiosos.

3. Em breve, mostraremos de forma bem objetiva como tratar o autismo em sala de aula, lembrando o que diz a OMS: Autismo não tem tratamento e sim acompanhamento, faremos então as devidas orientações de acordo com as determinações legais e as novas Normas Técnicas.


Prof. Albérico Luiz Fernandes Vilela
Membro da União Brasileira de Escritores
Membro da Academia Pernambucana de Educação
Diretor Pedagógico da UNIC – Universidade da Criança

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