segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Oposição comete equívoco ao renegar Bolsonaro em Pernambuco

 

Por Edmar Lyra

Além da divisão entre os três principais nomes, Anderson Ferreira, Miguel Coelho e Raquel Lyra, que trabalham no sentido de disputar o governo de Pernambuco em 2022, a oposição segue com uma estratégia equivocada, que já foi malsucedida em eleições anteriores em Pernambuco, que é o fato de querer renegar o presidente Jair Bolsonaro com medo da sua impopularidade no estado.

Raquel Lyra até se justifica, uma vez que o PSDB tem candidatura própria e ela nunca fez movimentos em torno do governo Bolsonaro, optou sempre por se manter com uma distância regulamentar. O mesmo não se pode dizer de Anderson Ferreira, que tem o irmão André Ferreira como vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, e de Miguel Coelho, que tem o pai Fernando Bezerra Coelho como líder do governo no Senado Federal.

Buscar um distanciamento da imagem do presidente Jair Bolsonaro não traz efeito positivo nenhum para os postulantes, muito pelo contrário, deixam a candidatura com uma crise de identidade que dificultará o convencimento do eleitor. E há um agravante, estar distante de Bolsonaro permite que o presidente tenha um candidato a governador competitivo e que seu eleitorado acabe optando pelo nome bolsonarista em detrimento dos nomes tradicionais.

A estratégia adotada em pleitos anteriores de candidatos a governador da oposição que quiseram esconder o presidenciável do seu palanque não surtiu efeito, a exemplo de Mendonça Filho que renegou Alckmin em 2006, e Armando Monteiro, mais recentemente, em 2018, que não sabia dizer quem era seu candidato a presidente.

É importante frisar que Lula já estará no palanque do PSB na disputa para governador, e quem apostar em outro presidenciável que não seja Bolsonaro, que será pelo menos o segundo colocado em Pernambuco, deverá ser puxado para baixo junto com o seu escolhido. A crise de identidade da oposição só tem um beneficiário: o candidato do PSB a governador.

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