segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Operação contra corrupção prende 18 prefeitos em SC



Câmeras flagram entrega de propina envolve coleta de lixo

Do UOL – Operações anticorrupção em Santa Catarina já prenderam 18 prefeitos do estado desde dezembro de 2022 — 16 apenas na Operação Mensageiro.

Nos últimos dez dias, mais dois prefeitos foram presos, além de secretários municipais. O grupo foi alvo de novas investigações sobre esquemas em que empresas de serviços de limpeza urbana e de obras pagam propina a autoridades de Santa Catarina.

A principal operação é a Mensageiro, ligada à coleta do lixo. Um dos alvos foi o grupo empresarial Serrana Engenharia, hoje chamada Versa, e o empresário Odair Manrrich. Ele confessou pagar propinas a vários prefeitos do estado em troca de serviços de limpeza urbana. Só nesta ação, o Ministério Publico convenceu o Tribunal de Justiça a colocar 16 prefeitos na prisão, embora alguns já estejam soltos (veja lista abaixo).

Defesa da empresa diz que colabora com a apuração dos fatos. “O Grupo Serrana vem cumprindo fielmente o seu acordo de colaboração firmado com o Ministério Público, auxiliando a Justiça no pleno esclarecimento dos fatos relacionados à Operação Mensageiro, informou Leonardo Pereima, advogado do Grupo Serrana.

Até julho, a investigação já havia atingido 20 municípios. Entre empresários, políticos, operadores e servidores, foram expedidos 40 mandados de prisão e 232 ordens de busca e apreensão.
Dinheiro apreendido na casa de prefeito, em 2022

Em novembro passado, a 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de SC condenou todos os 14 réus do núcleo empresarial. Os réus foram condenados pelo crime de organização criminosa na Operação Mensageiro.

Em uma única cidade, Itapoá, mais dez pessoas foram condenadas em setembro. Entre elas, o prefeito, Marlon Neuber (PL).

A organização criminosa atuou durante oito anos, de 2014 até 2022, segundo a Promotoria.

“A investigação identificou a existência de um mecanismo de enormes proporções, engendrado para a prática reiterada de fraude a licitações, corrupção ativa e passiva, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro (pelo menos), propulsor de uma organização criminosa encabeçada pelo Grupo Serrana e integrada por prefeitos e agentes públicos de diversas regiões do Estado de Santa Catarina, tendo como pano de fundo contratações de serviços públicos essenciais à população, sobretudo relacionadas à coleta, ao transporte e à destinação final de resíduos sólidos das cidades”. Trecho da denúncia do MP sobre o prefeito de Lages, Antonio Ceron (PSD).

Prefeitos presos em operações anticorrupção

Maioria dos casos se refere à Operação Mensageiro, sobre coleta de lixo

Partido MDB, 5 prefeitos

Corupá (SC) – Luiz Carlos Tamanini
Ibirama – Adriano Poffo
Massaranduba – Armindo Sesar Tassi
Pescaria Brava – Deyvisonn de Souza
Schroeder – Felipe Voigt

Partido PL, 4 prefeitos

Barra Velha (SC)** – Douglas Elias Costa**
Capivari de Baixo – Vicente Corrêa Costa
Itapoá – Marlon Neuber
Ponte Alta do Norte** – Ari Bagúio**

Partido PP, 4 prefeitos

Balneário Barra do Sul (SC) – Antônio Rodrigues
Guaramirim – Luiz Antonio Chiodini
Papanduva – Luiz Henrique Saliba
Tubarão – Joares Ponticelli

Partido PSD, 2 prefeitos

Lages (SC) – Antônio Ceron
Três Barras – Luiz Divonsir Shimoguiri

Outros partidos, 1 prefeito cada um

Bela Vista do Toldo (SC) – Alfredo Cezar Dreher (Podemos)
Imaruí – Patrick Corrêa (Republicanos)
Major Vieira – Adilson Lisczkovski (Patriota)

Período: de dezembro de 2022 a janeiro de 2024. Alguns políticos já foram soltos. Investigações não vinculadas à Operação Mensageiro, a Manrrich e à Serrana. Tratam de lixo e obras públicas.

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