Por: Edmar Lyra
Em 2016, a então vereadora Marília Arraes fez um movimento que foi considerado remar contra a maré. Ela decidiu sair do PSB para se filiar ao Partido dos Trabalhadores numa época em que o partido estava no auge do desgaste que culminou no impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Naquele ano, Marília atingiu 11.872 votos, ficando entre os mais votados do pleito quando conquistou seu terceiro mandato na Câmara do Recife.
O bom desempenho fez dela pré-candidata a governadora em 2018, e um movimento nacional do PT acabou retirando-a do pleito, tendo que se contentar com tentar um mandato na Câmara dos Deputados. Com a abertura das urnas, nova votação estrondosa, 193.108 votos, ficando em segundo lugar atrás apenas de João Campos. Os números lhe credenciaram para ser candidata a prefeita do Recife em 2020, e novamente ela fez bonito, chegando ao segundo turno, obtendo quase 45% dos votos válidos na disputa vencida por João Campos.
Recentemente, novamente sem a benção do PT, Marília disputou a segunda secretaria da Câmara dos Deputados e logrou êxito, tornando-se uma das integrantes da mesa diretora daquela Casa. O episódio não foi bem aceito pelo seu partido, e Lula sinalizou sua insatisfação com a pernambucana, chegando a cogitar sua expulsão do partido.
O clima ruim entre Marília e PT deverá culminar na sua saída do partido, ainda este ano através de uma expulsão, ou no próximo ano na janela partidária em março. A dúvida recai sobre o futuro partidário de Marília, a primeira opção deverá ser o PSOL, partido em ascensão e sintonizado com as pautas defendidas pela parlamentar, mas não estariam descartadas outras legendas como o PL de Anderson Ferreira ou o MDB de Miguel Coelho, ambos pré-candidatos a governador e que estenderiam tapete vermelho para tê-la em seus respectivos palanques.
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